A Expotur – Tasquinhas das Caldas da Rainha – foi inaugurada na sexta-feira passada, 8 de Agosto, pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, acompanhado de uma comitiva de autarcas e representantes de entidades locais e regionais. O governante ainda resistiu durante cerca de uma hora e meia ao périplo pelo pavilhão, cumprimentado os membros das associações e colectividades presentes, mas acabou por não aproveitar a degustação dos produtos oferecidos pelas tasquinhas.
Habitualmente são servidos aos convidados da inauguração alguns petiscos, enquanto estes percorrem as tasquinhas uma a uma, mas Manuel Castro Almeida acabou por só provar as iguarias da Foz do Arelho, ausentando-se posteriormente. Grande parte da restante comitiva resistiu até ao final, depois de visitadas as 22 tasquinhas do certame.
Para além das iguarias do mar e da Lagoa de Óbidos (enguias, mariscos e bivalves), o certame conta com uma vasta ementa de pratos típicos e petiscos das freguesias (confeccionados e servidos por voluntários das associações e colectividades), como os chícharos (leguminoso de origem árabe) com respos, bacalhau com tiborna, queixadas assadas no forno ou o coelho assado.
A Expotur é organizada há 20 anos pela Câmara das Caldas, juntas de freguesia e colectividades do concelho, pretendendo aliar o melhor da gastronomia do concelho à animação, etnografia, artesanato e ainda uma mostra do associativismo.
Durante 10 dias, até 17 de Agosto, a Expoeste torna-se o maior restaurante da região, com 22 tasquinhas, 2400 lugares sentados e 117 pavilhões de exposição.
Segundo António Marques, o primeiro fim-de-semana, foi o melhor o melhor dos últimos 10 anos, em termos de visitantes, com a passagem de 50 mil pessoas. No domingo, 10 de Agosto, esteve também presente o secretário de Estado do Ambiente, o caldense Paulo Lemos, que foi convidado pela organizar a visitar o certame e a jantar com outros convidados.
O programa de animação deste ano também tem atraído muita gente, com Iran Costa, autor do famoso “Bicho”, a abrilhantar a noite de sábado, 9 de Agosto,
Na noite de 14 de Agosto actuam o Rancho Folclórico Danças do Arnóia, da Sociedade de Instrução Musical e Cultura e Recreio (de A-dos-Francos), o Rancho Folclórico Esperança na Juventude da Associação do Nadadouro e Belito Ramos.
A 15 de Agosto a animação começa às 21h30 com o Grupo de Música Popular dos Funcionários do Hospital Rainha D. Leonor e às 23h00 actuam “As Latinas”.
No sábado à noite, 16 de Agosto, sobe ao palco o Rancho Internacional da Sardenha e o grupo de dança Superflash, do Arneirense. Segue-se uma apresentação ao piano de Fernando António dos Santos e, às 23h30, Danças Sevilhas.
Na última noite haverá um espectáculo de encerramento com a Orquestra Ligeira de Santo Onofre.
Paralelamente à gastronomia, animação e espectáculos, está patente na Expoeste uma mostra etnográfica de todo o espaço rural caldense e uma exposição das potencialidades do associativismo concelhio.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Expoeste vai ter cozinhas próprias para o evento
Vão ser construídas de raiz, acopladas ao pavilhão da Expoeste, 22 cozinhas que irão servir principalmente para as colectividades usarem nas Tasquinhas de Verão, mas que poderão ser também utilizadas noutros eventos.
O investimento, de cerca de 50 mil euros, deverá estar concluído no próximo ano, permitindo criar melhores condições às colectividades que participam na Expotur.
“As cozinhas serão construídas de uma forma que se projectam três metros para o exterior, não afectando e até melhorando, a traça original do edifício”, explicou António Marques à Gazeta das Caldas. É que todos os anos as cozinhas onde são preparados os pratos das Tasquinhas têm que ser reconstruídas, incluindo as canalizações. Por outro lado, as cozinhas poderão servir para organizar outro género de eventos.
No dia da inauguração, durante a tarde, esteve presente uma brigada de 14 elementos da ASAE que fizeram uma fiscalização exaustiva das várias tasquinhas. A visita foi promovida em colaboração com a direcção da Expoeste e a Câmara das Caldas. Dois dias antes, António Marques, director da Expoeste, e Hugo Oliveira, vice-presidente da autarquia, tinham estado reunidos com esta entidade para sensibilizar esta entidade para as especificidades deste certame.
“Quisemos assegurar que, embora não sejamos um restaurante, temos as melhores condições para realizar um certame deste género”, explicou António Marques. De acordo com o responsável, a ASAE teve uma postura pedagógica, com algumas sugestões de melhorias (nomeadamente ao nível da colocação de redes nas janelas do pavilhão e pouco mais), mas a Expotur “passou” no teste e pôde abrir as suas portas normalmente.
Testemunhos
Os visitantes da Expotur não são só caldenses. Muitos vêm de norte a sul do país e têm quase sempre uma relação com familiares e amigos das Caldas. O convívio e a possibilidade de provar iguarias pouco comuns em restaurantes são a principal motivação, para além do preço e da animação musical. O único senão é o calor.
Fernando Fernandes – 71 anos – Santarém
“Vou bem jantado para casa!”
Já aqui venho às tasquinhas das Caldas há quatro anos. Vim a primeira vez, gostei e passei a vir sempre. Gosto muito do ambiente e o evento faz-me lembrar as tasquinhas de Santarém, mas com comidas diferentes para provar. Destaco as especialidades de cada casa, de cada aldeia, que permitem quebrar a rotina da alimentação que tenho em casa e os preços são acessíveis.
Aqui fala-se e convive-se mais que no restaurante. Jantar no restaurante acaba por ser mais íntimo, acho eu.
As pessoas são simpáticas, não tenho razões de queixa. Se formos vivos e tivermos saúde, para o ano cá estaremos novamente. Eu vou bem jantado para casa!
António Pedro – 76 anos – Alcobaça
“Vim pela vontade de comer e de conviver”
Já cá tenho vindo, mas não venho todos os anos. É raro vir. Hoje vim pela vontade de comer e de conviver. E porque aqui posso degustar coisas diferentes das de Alcobaça, por exemplo, aqui comi uma fritada, que estava muito boa. Isso não como em casa, que não sei fazer.
Isto é uma porta aberta, uma outra dimensão de coisas… Apesar de sair um bocadinho mais caro, acho que compensa.
Na minha opinião estava tudo muito bem organizado, sem falhas. E a terra é muito bonita, eu já cá vivi sete anos, no Bairro da Feira.
Ana Almeida – 47 anos – Torres Vedras
“Gosto do ambiente popular das tasquinhas”
Já venho há oito anos porque tenho amigos nas Caldas e porque gosto do ambiente mais popular com tasquinhas com produtos da região. É mais típico. E tem um bocadinho de tudo, tem a parte da restauração e a do artesanato.
Eu gosto muito de comer petiscos, é diferente de comer de faca e garfo, digamos assim. Dá para provar de várias coisas e o preço é acessível, não é muito exagerado.
Também acho piada ao lado do convívio, mas está muito calor. E a iluminação e a animação também poderiam ser melhores.
Júlio Martins – 53 anos – Fanadia
“Aqui existem pratos que não existem no restaurante”
Já venho aqui há muitos anos porque o rancho da Fanadia tem a tasquinha aqui montada e, normalmente, os habitantes da terra vêm sempre cá uma ou duas vezes para ajudar. Acho que este ano não está muito caro, já houve anos em que foi mais.
Ir ao restaurante é sempre a mesma coisa e aqui existem pratos que lá não existem, pratos típicos de cada terra. Para além de que, aqui, uma pessoa vem com o intuito de ajudar.”
Aurora Filipe – 60 anos – Caldas da Rainha
“Podia estar mais fresco aqui dentro
“Venho desde o primeiro dia da primeira edição, em 1996. Gosto de cá vir e aproveito que moro perto, que a comida é melhor que nos restaurantes e ajudo quem conheço. Aqui encontramos várias pessoas, amigos, conhecidos, parentes… É a festa das Caldas.
E só se realiza uma vez por ano… aos restaurantes podemos ir o ano todo. E é importante porque junta as colectividades e ajuda-as muito.
Podia estar mais fresco aqui dentro que está muito calor! E podiam melhorar os espectáculos… Já aqui vi grandes espectáculos que gostei muito!”
Eduardo e Elisabete Coelho – 70 anos – Salir do Porto
“Estava tudo delicioso!”
Vimos todos os anos às tasquinhas, porque gostamos muito e é um ponto de encontro para os amigos.
Para comer preferimos vir ao almoço porque à noite não é saudável comer muito e assim conseguimos queimar todas as calorias que ingerimos. Hoje escolhemos o bacalhau e as bochechas de porco. Estava tudo delicioso! Mas à noite gostamos de vir os espectáculos musicais.































