Perto de 300 adultos validaram as suas competências

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Os adultos que fizeram o RVCC nível básico a receber o diploma

Cerimónia de entrega de diplomas das formações dos últimos dois anos e meio decorreu no CCC

O grande auditório do CCC encheu, na noite de 3 de julho, para a entrega dos certificados aos adultos que validaram as suas competências entre 2023 e 2025 no Centro Qualifica, do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro AERBP). Cerca de 280 formandos obtiveram a sua certificação profissional e o reconhecimento de competências.

De acordo com Ana Domingos, coordenadora do Centro Qualifica do AERBP, a certificação profissional é a “oferta mais dinâmica” atualmente. Qualquer profissional, que tenha o 12º ano de escolaridade e três anos de experiência numa determinada área, pode fazer o reconhecimento das suas competências e adquire o RVCC Profissional nível 4. Nas Caldas tem estado a funcionar a formação para técnico de bombeiro, de proteção civil, condutor de obra, administrativo, auxiliar de saúde e de ação educativa. “É muito reconfortante para as pessoas, porque algumas tiveram uma vida inteira no trabalho mas tinham sempre a mesma categoria. E agora abre-se-lhes algumas oportunidades no mundo do trabalho e na carreira”, destaca a responsável.

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Desde há dois anos que foram criados, com financiamento do PRR, os projetos locais, dedicados às pessoas que não sabem ler nem escrever ou possuem uma baixa escolaridade e que é apoiado ao nível do transporte e subsídio de alimentação. No centro Qualifica das Caldas o projeto começou há um ano e permite aos formandos fazer o 6º ou o 9º ano de escolaridade. Mas também houve quem aprendesse a ler. “É muito gratificante e eles sentem-se reconhecidos”, concretiza Ana Domingos.

O problema, reconhece a responsável, é que o projeto acaba ao fim de dois anos, que nas Caldas será a 28 de outubro, e não sabem o que se seguirá. No entanto, era importante dar-lhe continuidade, considera a responsável do centro, que também reuniu, para obter o 9º ano, um grupo de jovens com mais de 18 anos, que não concluiu o ensino obrigatório e que atualmente não estudam nem trabalham. Ana Domingos destaca a colaboração do agrupamento, que permite que tenham aulas ao final da tarde, mas também das entidades patronais, que os deixavam sair mais cedo e algumas, inclusive, vinham trazê-los ao centro.

“Continuamos a ter mais candidatos homens, embora tenha havido um aumento da frequência, por parte das mulheres, na época da pandemia”, destaca a responsável, satisfeita por este investimento que fizeram. As aulas são em formato presencial e online e os formandos são oriundos de vários pontos do país até de Cabo Verde.
Mensalmente decorre o “Qualifica Mais Além”, um workshop, por vezes online, onde são debatidos diversos temas. O próximo será como as pessoas se devem preparar para um sismo.

Dedicação e resiliência
Presente na cerimónia, Maria João Alves, representante da ANQEP, salientou que um processo de reconhecimento de competências “reflete o que aprendemos sozinhos”. Lembrou ainda que nos últimos oito anos, já foram certificadas mais de um milhão de pessoas” e, aos que terminaram nas Caldas, pediu que não ficassem por aqui, mas que prossigam os estudos.

Também o diretor do agrupamento, Jorge Pina lembrou que “nunca é tarde demais para aprender” e destacou a dedicação e resiliência dos formandos. A representante da autarquia de Óbidos, Sofia Godinho, partilhou que para aquele município a educação é prioritária e que procuram que seja “mais inclusiva e com mais qualidade”, enquanto que o vereador caldense, Joaquim Beato, destacou o binómio educação e cultura, deixando um agradecimento aos formados que aumentaram a sua instrução.

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