
Não foi a primeira vez que o cónego José Mendes Serrazina foi homenageado na sua terra natal, a Benedita. Mas a afluência de cerca de 500 pessoas ao lançamento do livro onde se recupera a sua vida e parte dos muitos escritos que deixou como legado, é a prova do carinho que os beneditenses, e alguns forasteiros, têm pelo homem que todos conhecem por padre Serrazina.
O Centro Pastoral da Benedita foi pequeno para a pequena multidão que se juntou na tarde do passado domingo, 8 de Julho, numa sessão onde o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, exaltou a “dedicação às pessoas e o amor à Igreja” que sempre marcaram a vida do religioso falecido há dois anos. “Era um criativo, um irrequieto, um homem cheio de iniciativa, que avançava”, lembrou D. José Policarpo.
O Cardeal Patriarca privou durante muito tempo com o cónego beneditense chegando muitas vezes a andar lado a lado nos caminhos da fé. “Criava soluções pastorais, inventava caminhos. Tocou dimensões pastorais que são hoje cruciais”, contou D. José Policarpo. E hoje as memórias evocadas no livro “Cónego José M. Serrazina” devem ser “uma interpelação àqueles que com ele se cruzaram”, que devem usar da melhor forma os ensinamentos deixados pelo beneditense.
No prefácio da publicação, o Cardeal Patriarca defende que “aos jovens que lerem este livro, ele deixa o testemunho de que ser padre é um caminho de grande felicidade e alegria, que torna a nossa vida um dom para tantos homens e tantas mulheres nossos irmãos”. Uma opinião partilhada pelo pároco da Benedita, Armindo Reis, que manifestou o desejo de que o exemplo “sirva para que as novas gerações se possam entusiasmar com a experiência do oadre Serrazina e que a paróquia da Benedita possa continuar a dar bons padres ao país e ao mundo”.
A publicação do livro foi uma iniciativa da paróquia beneditense com a colaboração de Acácio Catarino e da Cáritas Portuguesa, que assumiu a edição. Ao longo de 346 páginas conta-se a vida do padre Serrazina, recuperam-se alguns dos muitos textos que escreveu durante a sua vida e reúnem-se dezenas de testemunhos de quem com ele privou, seja na Benedita, seja na vida dedicada à Igreja.

Uma obra que deixa perceber que “o Padre Serrazina é muito mais que o homem que nós conhecemos”, salientou António Serrazina, em representação da família. O sobrinho do cónego recordou um homem “sempre disponível para ajudar, uma pessoa com conhecimentos muito além do comum”, conhecido na família como “um homem de fé e de entrega aos outros”. E a forma como aceitou a doença e enfrentou os últimos anos de vida “foi para todos um ensinamento”.
Já Acácio Catarino não deixou esquecida a “importância do contributo dado em vários domínios” dado pelo Padre Serrazina, que foi “um dos membros mais notáveis do presbitério de Lisboa no século XX”.
A publicação deste livro marca o relançamento da Editorial Cáritas, da qual o padre Serrazina foi um impulsionador. O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, aproveitou a sessão de domingo para anunciar que será relançada a revista da instituição, “a menina dos olhos do padre Serrazina”.
O lançamento deste livro juntou na Benedita familiares, amigos, colegas, numa plateia onde se encontravam alguns notáveis das instituições católicas nacionais. Foi o caso de D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, bispo emérito de Leira-Fátima e de Monsenhor Luciano Guerra, antigo reitor do Santuário de Fátima. O livro pode agora ser encontrado nas livrarias católicas do país.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























