
Sexta-feira e sábado (7 e 8 de Junho) foram dias de Peixeirada no Mercado do Peixe das Caldas. A iniciativa foi dinamizada pelos alunos do 2º ano da licenciatura em Design de Ambientes, da ESAD, que apresentaram cozinhas experimentais pensadas para aquele local nas quais prepararam algumas receitas por eles criadas.
A autarquia tem previstas outras actividades para dinamizar aquele mercado, que também deverá entrar em obras de reabilitação ainda este ano.
Mais de 30 alunos foram desafiados a pensar uma receita com peixe e a criar uma cozinha em função dela, optimizando o armazenamento dos produtos, a confecção e o serviço. Na escola construíram os móveis, e também alguns utensílios, que foram agora utilizados na confecção da receita, ao vivo, no mercado do peixe caldense.
Um grupo criou uma cozinha composta por móveis baixos, que permite aos visitantes ver melhor a confecção do prato de ceviche, que estava a ser preparado ao vivo.
Outro dos projectos apresentados consiste num equipamento modular, que vai sendo alterado consoante decorre a refeição. Começa como bancada para preparação da receita de tomates recheados com peixe e depois transforma-se em mesa com bancos para a refeição.
Foram ainda pensadas outras bancadas inspiradas em receitas de bolinhas de bacalhau e sardinhas assadas. Alunos vegans criaram uma banca, que encheram de gelo e onde apresentavam gelados feitos com fruta da Praça, enquanto que os vegetarianos confeccionaram peixinhos da horta.
Outro grupo, composto maioritariamente por estudantes brasileiras em Erasmus, reproduziu uma receita típica, o Pirão, que adaptaram com peixe da costa Oeste, tudo isto em originais cozinhas.
“Os alunos estudaram as questões dos orçamentos, da construção e dos tempos, definido para um local específico”, explicou Joana Morais, professora de Projecto de Design de Ambientes 3. A docente destaca a importância da iniciativa, não só ao nível do contributo que a escola pode dar para a cidade, como do desafio que é para os alunos este confronto com a prática.
Obras de 300 mil euros
Esta iniciativa contou com um apoio da autarquia na ordem dos 2000 euros, sobretudo para aquisição de matéria prima para a constituição das bancadas. De acordo com o vereador com o pelouro dos mercados, Pedro Raposo, trata-se de uma forma de dinamizar o mercado e aproximá-lo das pessoas e instituições.
O responsável disse estar atento à funcionalidade e sentido estético das propostas apresentadas para perceber se podem ser aplicadas em algumas iniciativas a realizar, nomeadamente ao nível do showcooking e demonstrações de produtos.
O vereador revelou que estão previstas algumas actividades para o mercado, nomeadamente de promoção do bacalhau num evento com atletas de desportos náuticos.
Ainda este ano deverão ter início obras no mercado. Serão feitas intervenções ao nível do edifício, bem como no túnel de entrada e na fachada superior, criando uma maior ligação à Praça da Fruta e a todos os espaços e edifícios envolventes (CCC, Chafariz das 5 Bicas) com um corredor pedonal.
Serão também criadas funcionalidades mais voltadas para as necessidades e conforto dos vendedores e clientes. “A ideia é criar um espaço mais funcional para um tipo de utilização, também ele mais próximo da população”, resumiu Pedro Raposo.
O mercado será também valorizado a nível estético com uma abordagem mais contemporânea. “O que estamos a preparar resulta de um levantamento de expectativas com o contributo de várias instituições, como a ESAD, empresários da restauração e pessoas ligadas a outras áreas”, resumiu o vereador.
O projecto deverá ser apresentado em Julho, de modo a que as obras, na ordem dos 300 mil euros, possam ter início ainda este ano e terminem em 2020. Estas irão decorrer de forma faseada, de modo a que o mercado não sofra interrupção.
































