Pedidos de estatuto de residente no Oeste aumentaram 70% no último ano

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Os pedidos de estatuto de residente no Oeste quase quadruplicaram desde 2015 | DR

As solicitações de estatuto de residente da população estrangeira no Oeste duplicaram em 2019 face ao ano anterior. Segundo os dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), registaram-se 3792 pedidos, um aumento a rondar os 68% face aos 2253 de 2018. Em 2015 foram registados 933 pedidos, pelo que em quatro anos o número de solicitações mais que quadruplicou.
A análise dos dados permite também perceber que a maioria dos pedidos são provenientes de cidadãos de países extra União Europeia (um total de 2683, que correspondem a 70% do total).
Há cinco anos, em 2015, havia mais solicitações de países da UE do que de fora, um cenário que se manteve até 2018. Em 2015 eram 56%, em 2016 eram 53% e em 2017 aumentaram muito ligeiramente, mantendo-se ainda assim nos 53%. No ano de viragem os pedidos da UE passaram a representar apenas 37% e em 2019 cerca de 30%.
Outra conclusão é que tanto os pedidos extra-União Europeia, como os dos 28 Estados-Membros, têm aumentado todos os anos.

Desde que existem dados no INE, em 2008, nunca houve tantos estrangeiros a residir no Oeste

O concelho que regista mais pedidos é o de Torres Vedras (com um total de 825, 700 dos quais de fora da UE). Segue-se as Caldas com 720 solicitações do estatuto de residente, entre as quais 265 de cidadãos dos 28 Estados-Membros da União Europeia e 455 de fora. Alenquer é o terceiro concelho do Oeste com mais pedidos, num total de 601, dos quais apenas 67 da UE.
Há cinco anos o concelho com mais solicitações também era o de Torres Vedras, mas apresentava 225 (o que significa que os pedidos se multiplicaram por 2,5 vezes).
As Caldas também já era o segundo com mais pedidos, mas no concelho caldense registam-se quase cinco vezes mais pedidos em 2019 do que em 2015.

Pedidos por 100 habitantes nas Caldas e Nazaré acima do Oeste
Outro dado curioso é o número de pedidos por 100 habitantes. No Oeste era de 1,06 em 2019, muito acima dos 0,26 de 2015. Nesse índice, Caldas está acima da média oestina, tendo crescido precisamente dos 0,26 de 2015 para os 1,39 no último ano.
Acima das Caldas no Oeste apenas a Nazaré com 1,46 pedidos de estatuto de residente por cada 100 habitantes (quando em 2015 eram 0,30).
Ainda acima da média oestina estão os municípios de Peniche (1,07), da Lourinhã (1,08), de Óbidos (1,23) e de Alenquer (1,37).
Neste índice os concelhos com menos solicitações de estatuto de residente por cada centena de habitantes são os do Cadaval (0,53 pedidos por cada 100 habitantes), do Sobral de Monte Agraço (0,54) e do Bombarral (0,65).
Seguem-se os municípios de Arruda dos Vinhos (0,71), de Alcobaça (0,77) e Torres Vedras (1,05).

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Número de estrangeiros na região tem vindo a aumentar
Os dados do INE permitem ainda perceber o número de estrangeiros a viver na região. Segundo os mais recentes números, datados de 2019, existem 18031 estrangeiros, sendo pouco mais de metade (9163) provenientes dos Estados-Membros da UE e a outra metade (8868) de fora da União Europeia.
Os concelhos com mais estrangeiros são os de Torres Vedras e das Caldas, com 4151 e 3018, respetivamente.
No caso das Caldas há uma divisão entre os europeus e os extracomunitários. Em Torres Vedras a maioria (53%) são da UE.
Entre as conclusões a retirar destes dados há uma particularmente curiosa: é que, desde que há dados disponíveis no INE, nunca houve tantos estrangeiros a residir no Oeste como em 2019.
O ano com mais estrangeiros com estatuto legal de residente havia sido o de 2009, com 16447 estrangeiros registados.

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