
Os caldenses gostam dos pavões, mesmo os que não dormem descansados por causa do barulho que as aves fazem. A Junta está atenta ao que se passa com as aves e o problema pode estar perto do fim
Está explicado porque é que um dos pavões faz tanto barulho no centro da cidade. É que uma da fêmeas fez o ninho num pátio de uma casa que está desabitada, situada nas proximidades da Rua Emídio de Jesus Coelho e por isso está por perto daquela zona respondendo à fêmea com o som que lhes é tão caraterístico, semelhante a um “berro”. Fazem-no em contínuo, a partir das 5 da manhã e, portanto, a partir dessa hora já ninguém descansa naquela zona situada em pleno coração da cidade, assim como foi possível confirmar junto de vários moradores.
Segundo o presidente da União de Freguesias de Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório só na semana passada foi possível confirmar que a fêmea tinha feito o ninho numa propriedade privada, cuja entrada se situa na rua paralela à Emídio de Jesus Coelho.
“Estamos a monitorizar a situação e assim que os filhotes nascerem, vamos transferir todos para a ilha do Parque”, disse Pedro Braz à Gazeta das Caldas, esperando que, com esta medida, o macho regresse também ao parque.
“No ninho estão pelo menos cinco ovos”, disse Pedro Braz, acrescentando que esta situação não é nova, pois “já aconteceu em anos anteriores, no anterior executivo”, rematou.
Incómodo para quem ali vive
“Esta noite acordei com o barulho deles às vinte para as 6 da manhã”, disse à Gazeta das Caldas Celeste Rosa, uma das moradoras da Rua Emídio de Jesus Coelho, na tarde de 1 de julho.
A caldense, de 73 anos, sofre de alguns problemas de saúde e, à conta dos pavões, não tem um descanso pleno. “Até gosto de os ver por aí!”, disse a moradora, acrescentando que só lamenta que os gritos acordem a larga maioria das pessoas tão de madrugada.
O casal de italianos Massimo Marinari e Yainerys Perez queixa-se do mesmo problema: das madrugadas em que acordam com os “berros” das aves. Ela considera que os “gritos” em contínuo do pavão “são insuportáveis”. Além do mais, as aves sobem às varandas, andam pelos telhados e acabam por entrar para os pátios das casas, situadas nas artérias daquela zona.
O som que produzem está ainda a prejudicar os negócios. Que o diga a proprietária do alojamento local que fica naquela rua e que também se queixa do barulho dos animais. Chega-se a ponto dos clientes terem que comprar tampões para os ouvidos de modo a atenuar a intensidade dos “berros” das aves. Casais de estrangeiros e de outras zonas do país queixaram-se do barulho e a proprietária até chegou a ligar à policia que a remeteu para Junta de Freguesia.
Vários moradores acabaram por mudar os ciclos do sono e passaram a levantar-se mais cedo… por causa dos pavões.
“Acho que temos direito a uma noite de sono reparador….”, disse a moradora Margarida Oliveira, também cansada por acordar mais cedo com o estridente som das aves.
“Eram 5h40 desta madrugada quando o pavão começou a gritar. A ave faz um som parecido com os das gaivotas…”, contou Rui de Brito, que vive nas imediações, no Beco do Borralho. “Todos achamos graça aos animais, só é pena a barulheira que fazem logo ao amanhecer…”. Para o morador, os pavões consideram que o centro da cidade “é território que lhes pertence”.
Quatro novos pavõezinhos!
Na passada segunda-feira, 4 de julho, ao serão, a Gazeta das Caldas foi informada de “que há, pelo menos, quatro pavõezinhos recém-nascidos!” naquela zona da cidade. Tudo indica, assim, que o problema do barulho das aves estará perto de ser solucionadocom a transferência de mãe e crias para a Ilha do Parque, assim que for possível. E o descanso possa voltar ao centro da cidade. ■






























