Paul de Tornada em segundo lugar num prémio da fundação Yves Rocher

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Gazeta das Caldas

YR_TF_Marc¦ºo2015___083O projecto da bióloga caldense Ana Filipa Ferreira para monitorizar as tartarugas de água doce existentes no Paul de Tornada e lhes proporcionar um melhor habitat recebeu o segundo lugar no prémio Yves Rocher Terre de Femmes (Terra de Mulheres). Esta distinção garante um financiamento de 3000 euros e mais visibilidade ao projecto iniciado em 2013.
O plano para monitorizar estes animais tem início previsto para o Verão de 2015 e terá como principais acções a captura de espécies para medição de parâmetros, como o comprimento da carapaça, o sexo ou a idade, com vista a caracterizar as populações ali existentes.
A monitorização da qualidade da água e o controlo de espécies exóticas, como o lagostim-vermelho-do-Louisiana são outras das prioridades deste projecto. Paralelamente serão feitas acções de sensibilização no sentido de evitar a libertação de tartarugas exóticas e a captura das autóctones.
No Paul de Tornada coabitam duas espécies de cágados (o de carapaça estriada – menos comum em Portugal – e o mediterrânico) e a sua monitorização está prevista no Plano de Gestão da Reserva Natural do Paul de Tornada, elaborado pela Comissão Directiva à qual preside a Câmara caldense.
O projecto que agora consegue o segundo lugar no prémio Terra de Mulheres da marca francesa foi elaborado pela bióloga caldense Ana Filipa Ferreira em 2013., que desde 2007 está envolvida em actividades da Associação Pato no Paul.
Este estudo acerca das populações de cágados existentes no Paul foi iniciado pela PATO (Associação de Defesa do Paul de Tornada) e pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) que, nos primeiros anos, conseguiram assegurar o financiamento necessário, ainda antes da constituição deste local como Reserva Natural, o que aconteceu apenas em 2009.
Em 2014 este trabalho foi repetido, agora com o apoio da Reserva Natural local e do Instituto Português do Desporto e Juventude.
Na altura, a bióloga participou nas campanhas de monitorização dos cágados, constatando “resultados pouco encorajadores no estado das suas populações devido à diminuição dos efectivos da espécie carapaça estriada e ao envelhecimento populacional, com poucos jovens, da espécie mediterrânico”.
Entretanto, e tendo em conta este contexto, decidiu concorrer a este prémio, “na tentativa de angariar fundos que permitissem um conhecimento mais profundo e uma efectiva protecção das duas espécies de cágados ali existentes”.
Os resultados foram divulgados a 3 de Março, no Museu da Cidade, em Lisboa, e este projecto mereceu este segundo lugar. “Este financiamento permite a realização de parte das tarefas propostas”, explicou a bióloga caldense.
Ana Filipa Ferreira é natural da localidade do Campo, nas Caldas da Rainha e licenciou-se em Biologia na Universidade de Évora, sendo mestre em Gestão e Conservação de Recursos Naturais pela mesma universidade e Instituto Superior de Agronomia. Desde 2007 que está envolvida em actividades da PATO no Paul, ocupando desde 2013 lugares na direcção dessa associação, onde actualmente é vice-presidente.

Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt

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