Património volta a fazer parte do projecto educativo das escolas do Oeste

0
571

notícias das CaldasJuntar docentes e responsáveis de instituições e entidades ligadas ao património para divulgar a oferta existente, assim como o trabalho que pode ser desenvolvido em rede, foi o objectivo da acção que se realizou em Óbidos, entre os dias 12 e 15 de Julho.
De terça a sexta-feira, mais de uma centena de professores tomaram contacto com projectos de museus e centros de interpretação ambiental, numa iniciativa organizada pelo Centro de Formação da Associação de Escolas (CFAE) Centro-Oeste, que desta forma pretende retomar os encontros que se realizavam anualmente. Para o ano há mais.

Colocar 120 professores a reflectir e falar sobre o património cultural e natural. Esta a ideia que esteve na base da acção que decorreu em Óbidos e que Nicolau Borges, director do (CFAE) Centro-Oeste, destaca que atingiu todos os objectivos. “Conseguimos criar diálogos entre os vários tipos de património [Biologia, Geologia, História, História da Arte, Química] e trazer muitas entidades para apresentar as suas propostas de actividades e publicações, de modo a que os professores possam preencher o seu amplo portfolio de recursos possíveis de utilizar em sala de aula com os seus alunos”, disse.
A iniciativa foi tão bem aceite pelos docentes que alguns agrupamentos da região Oeste vão colocar, no próximo ano, o património como tema do seu projecto educativo e envolver a comunidade na sua abordagem.
Nicolau Borges realça que é importante os professores trabalharem em rede, dentro dos agrupamentos, e criar “abordagens interdisciplinares porque o património não é uma coisa só da História”. Um exemplo concreto de abrangência do conceito foi o facto de as visitas que decorreram durante a acção terem sido guiadas por um biólogo, um geógrafo e um historiador.
“Os jovens ficam com essa consciência polissémica do que é o património e que este tem a ver com o acto de cidadania e intervenção cívica na sociedade”, resume o responsável.
Nicolau Borges reconhece que o património, nos últimos anos, esteve um pouco afastado das escolas, uma vez que “houve uma centralização das questões da redução da componente não lectiva do docente e da avaliação”.
Contudo, destaca que neste encontro fica provado que é possível reverter essa situação através de um trabalho colaborativo dos professores e da escola.
Nicolau Borges defendeu que actualmente as visitas de estudo são muito bem planeadas e estruturadas e não se resumem ao levar os alunos a sair do recinto escolar. “Trata-se de levar a escola ao museu e não levar os alunos ao museu, ficando entregues a si próprios”, esclarece, acrescentando que actualmente estes espaços culturais possuem um portfolio de actividades e recursos multimédia que complementam o trabalho da escola.
O responsável destaca ainda que nos tempos que correm o património é também uma indústria ligada ao turismo e às novas tecnologias, e é importante que as escolas tenham consciência disso. “Tem que ser visto como uma indústria potenciadora de oportunidades de emprego e dinâmicas económicas”, explica, chamando a atenção para a existência da grande oferta formativa que existe nesta área.
Este encontro foi o retomar de uma iniciativa que já estava parada há quatro anos, mas que a organização quer dar seguimento. Para o ano será feita uma nova acção, a decorrer num dos cinco concelhos que constituem o centro (Cadaval, Bombarral, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche).
Este ano a organização coube ao CFAE Centro-Oeste, Câmara de Óbidos, Associação PATO, agrupamentos de escolas de Atouguia da Baleia, Bombarral, Cadaval e Escola Secundária de Peniche.



- publicidade -