Cerca de 400 pessoas participaram, ajudando a associação a conhecer melhor a perspetiva da comunidade local
A poluição e a falta de fiscalização adequada estão entre as principais queixas dos cidadãos relativamente à Lagoa de Óbidos. Esta foi uma das conclusões do inquérito realizado pela Associação PATO a perto de 400 pessoas, a sua grande maioria dos concelhos das Caldas e de Óbidos, mas também obtiveram respostas de Lisboa, Peniche, Alcobaça e Bombarral. Destes, mais de 70 eram praticantes de desportos náuticos e cerca de 80 eram pescadores, a sua maioria lúdicos.
De acordo com Sara Moreira, da PATO, a pressão turística “poderá ser uma ameaça, no sentido em que parece não haver uma definição das zonas onde se deve de potenciar o turismo, e das zonas onde este deve de ser evitado”. No que respeita às dragagens, a comunicação entre as autoridades competentes e a comunidade deve de ser melhorada, pois atualmente existem opiniões diversas e dúvidas que podem ser facilmente esclarecidas, acrescenta. O inquérito permite ainda constatar que seria benéfico a definição de zonas de uso exclusivo à prática de certos desportos náuticos, pesca lúdica e profissional, sendo necessária uma maior atenção para os problemas que afetam a pesca na Lagoa. Isto porque “existem demasiadas atividades nas mesmas zonas que não são compatíveis”, explica Sara Moreira.
A dirigente associativa destaca ainda que, através deste estudo, conseguiram perceber quais são os principais problemas e fragilidades ligados à Lagoa e “constatar que é necessário unir forças na sensibilização e educação ambiental para a preservação deste ecossistema”. O inquérito será, por isso, também um ponto de partida para estudos mais aprofundados sobre a lagoa, permitindo à associação perceber a que pontos deve dar prioridade.
A PATO tem vindo a trabalhar na Lagoa há muitos anos, tendo sido responsável pela elaboração do dossier técnico da candidatura a Área de Paisagem Protegida de âmbito Regional. Elaborado no início dos anos 2000, até à data esta ainda não se concretizou.
Atualmente está a dinamizar alguns projetos na Lagoa, nomeadamente as contagens mensais de aves aquáticas na Lagoa no âmbito do projeto BioLagoa de Óbidos, os passeios interpretativos para observação de avifauna da Lagoa nos meses de julho, agosto e outubro, e a elaboração da candidatura da Lagoa de Óbidos a Sítio Ramsar. Sentiram, por isso, a necessidade de elaborar um inquérito à população, que foi concretizado por um estagiário (David Costa), da licenciatura em Turismo, da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar, de Peniche, com o apoio e orientação da associação.
A apresentação pública dos resultados do inquérito teve lugar na Casa Saramago, em Óbidos, a 28 de junho, e contou com a presença de representantes autárquicos dos concelhos das Caldas e de Óbidos. ■































