Passagem de modelos de roupa em açúcar entre as atracções do Cake Alive, em Óbidos

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A equipa da ANCD a trabalhar na decoração do evento, na terça-feira à tarde

 

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O melhor que há ao nível da decoração de bolos vai estar reunido em Óbidos, nos dias 1 e 2 de Setembro no Cake Alive.  Sete especialistas internacionais e representantes das escolas internacionais Squires Kitchen (Inglaterra) e Sugar Arts Institute (E.U.A.) irão fazer demonstrações ao vivo e haverá concursos bem como um desfile de moda com vestidos com açúcar. Contudo, não se trata apenas de um evento para cake designers, mas “dedicado a toda a família”, garante Teresa Henriques, presidente da Associação Nacional de Cake Designers (ANCD), destacando que na cerca do castelo também haverá teatro e pinturas faciais para crianças, baptismos de voo e um peddy paper.

E porque os vestidos também podem ser comestíveis, alguns dos mais doces exemplares criados pelo designer e estilista Filipe Blanquet farão parte da passagem de modelos de roupa em açúcar, que irá decorrer no dia 1 de Setembro, pelas 18h30.
Para este evento o criador traz 20 coordenados ou conjuntos da sua última colecção “La Dolce Vita”, inspirada nos anos 40 e 50 do século passado. As modelos irão desfilar com peças de lingerie, vestidos de gala e de noiva.

Filipe Blanquet faz peças com um material que é pouco usado no vestuário

A colecção foi feita em quatro meses. Filipe Blanquet conta que tem que respeitar sempre o tempo de secagem do açúcar – que nunca é inferior a uma semana – e que só depois é que pode fazer a sua aplicação na roupa.
A sua ideia de juntar a pastelaria à moda surgiu há cerca de um ano. Natural de Setúbal, o jovem de 29 anos trabalha como pasteleiro no Tróia Design Hotel, mas tem formação de base na área do design, “daí ter juntado um pouco as duas áreas e ter pensado fazer desfiles em açúcar”, disse, na passada terça-feira, quando visitou o espaço onde decorrerá o evento, na cerca do castelo.
As peças que cria têm uma base em tecido, onde é colocado o açúcar e trabalhado em pastilhagem, assim como algum açúcar cristalizado e hóstia. “Trabalho esses produtos de modo a conseguir um resultado harmonioso”, explicou, acrescentando que uma temperatura amena e seca é a ideal para se mostrarem estes modelos.
Normalmente os vestidos que cria destinam-se unicamente a serem apresentados em desfiles, ao passo que as lingeries são comercializadas. Tem pedidos mais frequentes por parte de noivos para a noite de núpcias ou para brincadeiras mais “picantes”. “Já houve uma noiva que me pediu um vestido de açúcar para dançar depois da cerimónia e depois cada convidado trincou um pouco do vestido”, contou.
Até agora este pasteleiro–estilista tem criado peças para mulheres porque são as que têm mais procura, mas está disponível para responder a outros pedidos, caso apareçam.

Alguns dos modelos criados pelo pasteleiro-estilista

Uma peça de lingerie pode custar entre 40 a 60 euros, dependendo do dos pormenores utilizados, enquanto que os vestidos de noiva podem custar entre os 700 a 1000 euros.
Filipe Blanquet é co-proprietário de uma loja em Setúbal, a “Humm…!”, onde tem também o seu atelier. As suas produções podem ainda ser vistas no seu site, em www.filipeblanquet.com
O criador elogia eventos como o Cake Alive onde é possível empregar a criatividade. “É bom que existam estes eventos para abrir a mente das pessoas e também para mostrar o que é possível fazer”, casando, por exemplo a moda com a pastelaria.

Trabalhar para que o cake design seja visto como uma “profissão e não um hobby”

Durante o primeiro fim-de-semana de Setembro, quem se dirigir a Óbidos poderá ver 22 profissionais portugueses a trabalhar ao vivo e a concorrer para alcançar o maior prémio que existe ao nível do cake design (decoração de bolos), que será uma ida ao NEC Cake Internacional Birmingham, em Inglaterra. Ao longo de duas horas os participantes vão esculpir e decorar o bolo, que será apreciado pelo penta-campeão do concurso Ultimate Cake Off, Mike Elder” (EUA).
O concurso de Bolo de Noiva, terá como primeiro prémio um curso na Squires Kitchen (Inglaterra) e o concurso de bolos infantis será subordinado ao tema “Vilões da banda desenhada”, tendo como primeiro prémio um curso com Mike Elder, a realizar logo após o evento, nos dias 3 e 4 Setembro.
Neste evento irá ainda decorrer o concurso Júnior ao Vivo, onde podem participar crianças dos seis aos 16 anos. Durante o fim-de-semana haverá um helicóptero a sobrevoar o recinto para quem quiser fazer um baptismo de voo e os mais pequenos terão acesso a peças de teatro, magia e pinturas faciais.
Pela cerca estarão distribuídas 40 empresas nacionais e também internacionais (Miami, Estados Unidos, Suíça, Espanha, Itália) a expor os seus produtos de cake design e a fazer demonstrações gratuitas. “É muito bom porque as pessoas podem comprar artigos nunca vistos em Portugal e a preços sem concorrência”, explica Teresa Henriques à Gazeta das Caldas.
A responsável pela ANCD diz que um dos objectivos para que trabalha é conseguir atingir uma maior respeito para a área do cake design e que este seja visto como uma profissão e não como um hobby, ou um complemento da pastelaria.
Teresa Henriques é, de resto, o rosto da afirmação do cake design em Portugal nos últimos anos. Com quase 20 anos de experiência na área da pastelaria, a vontade de criar bolos originais levou-a a estabelecer-se por conta própria, nas Caldas, e a dedicar-se à decoração de bolos.
Fundou a ANCD e tem realizado diversos workshops e participado em eventos nacionais e internacionais da área. A responsável tem também atraído a família para a área, com o marido e a filha a dedicarem-se também ao cake design e conquistando prémios nos concursos em Portugal e no estrangeiro.
Os preparativos para este Cake Alive começaram há dois anos para garantir que estejam presentes as duas melhores escolas da área e os sete mestres internacionais. O evento, organizado pela ANCD em parceria com o Centro de Design de Interiores da autarquia de Óbidos, traduz-se num investimento de cerca de 50 mil euros, garantido na sua totalidade por patrocínios.
Este evento tem uma componente solidária, apoiando a fundação Make a Wish, para contribuir para a realização de sonhos a crianças e jovens, entre os 3 e os 18 anos, com doenças graves, degenerativas ou malignas. A entrada custa cinco euros por dia, revertendo um euro para a instituição.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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