
Gazeta das Caldas esteve nesta iniciativa, organizada pela Mercearia Pena, Casa Antero/Pachá e Padaria Forno do Beco cujos responsáveis garantem que estes eventos terão continuação. No próximo serão dados à prova os sabores de Outono.
Paulo Feliciano, Paulo Santos e Rui da Bernarda, responsáveis, respectivamente, pelo Pachá/Casa Antero, Padaria Forno do Beco e Mercearia Pena, foram os mentores desta iniciativa que tem como objectivo atrair mais gente ao centro da cidade.
Este evento surgiu na sequência da iniciativa promovida pela Confraria do Príapo e os empresários garantiram que “outros se seguirão, sempre dedicados à área alimentar e terão regularidade”, disseram. Foi com a intenção de dar a conhecer os melhores produtores de queijos, pão e vinho da região que se fez o evento, que contou com a participação de 20 distribuidores e produtores destes três bens alimentares.
Ao todo, passaram pelo Beco do Forno centenas de pessoas e por isso Paulo Santos, um dos organizadores, considera que é “fundamental” que os empresários se possam unir para realizar eventos conjuntos.
Os visitantes compraram os copos onde degustaram os vários tipos de vinho e a receita adquirida reverteu a favor do Centro de Educação Especial, com o apoio da Interotel. A autarquia cedeu bancas para os participantes, mas “falhou-nos com o prometido apoio com o transporte”, contaram os organizadores, explicando que a falha não comprometeu o evento.
Vendedores satisfeitos
Marta Soares é professora na ESAD e produtora de vinhos de uma casta local autóctone no concelho de Óbidos, designada Vital. Acha que este tipo de eventos são “fantásticos” e que se deveriam repetir. Na sua opinião, poderiam até apostar mais na interligação entre as questões da “identidade local com o lado artístico e do design, já que existe a ESAD que também se poderia ligar às iniciativas”.
Rui Moura, da garrafeira Costa e Sousa, trouxe vários vinhos para degustação. “Estas iniciativas são interessantes e precisas para darmos a conhecer os nossos produtos às pessoas”, disse.
O visitante Luís Santos acha ainda que o “Pão, Queijo e Vinho” poderia repetir-se e decorrer “durante mais tempo” e que é um bom exemplo do que se pode fazer na cidade durante esta época. “Caldas da Rainha tem potencial para funcionar durante o Verão – este é um exemplo de como se pode cativar as pessoas”, disse o visitante.
Raquel Abreu veio vender queijos do Alvito. A designer, formada na ESAD, esteve vários anos na Caldas, foi uma das responsável pela CAL Design, mas agora mudou-se para o Alentejo. Descende de uma família de queijeiros (que têm um negocio artesanal há 55 anos) e agora dedica-se à produção e comercialização da iguaria que se vende nalguns estabelecimentos caldenses. “Tínhamos este produtos implementado no mercado, não fazia sentido fechar”, contou a responsável que se diz pronta a integrar uma nova edição deste evento.
Tiago Neto, 29 anos, marcou presença com os seus queijos de figo. À Gazeta explicou que se trata de uma receita tradicional do Algarve feita com figo, amêndoa chocolate e açúcar.
António Fernandes e José Salgueiro foram dois distribuidores de queijos da região que marcaram presença na iniciativa, tendo trazido vários géneros de queijo que deram a provar. Satisfeitos com o convite ambos referiram que estão prontos a participar numa segunda edição, assim como Adolfo Henriques, que marcou presença em representação da empresa Granja do Oeste, tendo trazido ao evento queijos, ervas aromáticas, flor de sal (da Salina de Rio Maior) e mini legumes.
O vinho ilustrado em aguarela
“Vinhos com Arte” é como se designa o livro que foi apresentado durante a realização de “Pão, Queijo e Vinho”. Com textos de António Neto e José Fonseca e com aguarelas da autoria de José Serrão de Faria, esta é uma interessante obra dedicada aos vinhos de Portugal. Os autores do texto recordaram que foi “num almoço de amigos” em que se começou a falar de vinhos e de castas e que foi lembrado o facto de, desde 1900, “nunca mais ninguém ter pintado as castas portuguesas em aguarela tal como fez Roque Gameiro para a Exposição de Paris”.
E por isso António Neto e José Fonseca lançaram o repto ao seu amigo José Serrão de Faria para ele embarcar nesta aventura de fazer um livro sobre vinhos com aguarela. O resultado foi um livro que retrata 20 castas portuguesas e igual numero de empresas portuguesas das mais importantes do sector vitivinícola. “Vinhos com Arte” foi lançado a 28 de Junho, em Lisboa, na ViniPortugal.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt































