Os pais de uma menina com autismo procuram voluntários que estejam disponíveis para trabalhar com ela no Jardim de Infância do Arelho, durante este ano lectivo. Aos interessados pedem apenas energia e motivação para, durante duas horas, se divertirem com a Sofia do Carmo em troca de formação no âmbito do programa Son-Rise, já seguido pelos pais, Vera Delgado e Luís Félix, há três anos.
Os resultados têm sido surpreendentes, com as “birras” da menina diminuíram em 99%. “Ela foi ganhando esta auto-estima, confiança, que lhe permite ter um comportamento mais calmo e estar mais feliz”, refere a mãe.
Há três anos o casal Vera Delgado e Luís Félix recebeu uma notícia que veio condicionar toda a sua vida: a filha, Sofia do Carmo Félix, então com três anos, sofria de autismo. Após “digerirem” o diagnóstico, procuraram caminhos que os pudessem ajudar a lidar com esta realidade e encontraram o programa Son-Rise.
Este método foi criado nos Estados Unidos em 1983 por pais de uma criança autista, que entretanto cresceu e actualmente é biomédico, encontrando-se perfeitamente integrado na sociedade. O programa assenta na interacção de um para um, centrado na criança.
“O segredo é não contrariarmos a Carmo e juntamo-nos a ela, para conseguir que depois ela venha também ter connosco”, explicou a mãe, Vera Delgado, que esteve uma semana nos Estados Unidos, onde fez a formação intensiva e que há três anos a põe em prática com a filha.
O casal criou um quarto, com muito poucos estímulos, onde interagem com a menina. Os pais destacam que os resultados são surpreendentes pois desde que começaram com este programa as “birras” da menina diminuíram em 99%. “Sente-se respeitada e foi isso que a fez acalmar”, realça Vera Delgado.
Inicialmente tiveram o apoio da Children’s World – Centro de Apoio à Infância nas Caldas, mas depois deixaram de poder contar com o apoio de voluntários dessa instituição e a menina foi para o jardim de infância. Agora os pais querem retomar o programa, pois têm o apoio do Jardim de Infância do Arelho, que disponibiliza uma sala para o efeito em colaboração com o Agrupamento de Escolas Josefa d’Óbidos e do município, que apoia esta situação desde o início integrado no Programa Municipal de Apoio à Saúde.
Precisam agora de voluntários que estejam disponíveis para trabalhar com a Sofia do Carmo durante o ano lectivo. O objectivo é que possam estar com a menina duas a quatro horas por semana e, no mínimo por seis meses, mas o ideal seria até Junho de 2014. Em troca, os voluntários recebem formação, no âmbito do programa Son-Rise, para trabalhar com crianças autistas.
Os voluntários não precisam de pré-requisitos, apenas que tenham bastante energia, motivação e queiram “aceitar o desafio de aprender a ver o mundo com outros olhos”, diz Vera Delgado, acrescentando que “ninguém fica igual depois de trabalhar com crianças como a Carmo”.
As sessões são filmadas e visualizadas posteriormente e será nessa altura que os voluntários irão aprender como devem proceder em cada situação em concreto. “Nós não queremos babysitters ou alguém para tomar conta da Carmo”, frisa Vera Delgado, realçando que querem pessoas com disponibilidade e que queiram aceitar o seu mundo e, durante duas horas – tempo de cada sessão – divertir-se com ela.
Vera Delgado acredita que os voluntários permaneçam por mais tempo porque “trabalhar com uma criança como a Carmo é uma aprendizagem muito profunda e não há desistências a meio do processo”. Esta mãe acrescenta que está disponível para ensinar, replicar, e até mesmo gerir outras equipas de pessoas interessadas em colocar em prática este programa, em conjunto com a associação Vencer o Autismo, da qual é sócia.
De modo a sensibilizar a comunidade para a problemática do autismo, assim como para o programa Son-Rise, a associação Vencer o Autismo irá realizar uma palestra em Óbidos, a 21 de Novembro.
Os interessados em voluntariar-se para este projecto poderão contactar Vera Delgado através do 966279801 ou Luís Félix através do 962919825 ou luissfelix@netcabo.pt
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























muita pena eu ser de braga, com uma oportunidade destas, se a menina estivesse ao meu alcance eu candidatava me! ainda mais com o meu curso, que é destinado ás NEE, boa sorte princesa linda!
Marta. Obrigado