
Duas dezenas de pais de alunos da EB1 do Bairro da Ponte juntaram-se a alguns professores daquele estabelecimento e arregaçaram as mangas no passado sábado, 7 de Julho, a fim de limparam e efectuarem pequenos arranjos e pinturas naquele estabelecimento de ensino.
Uma ajuda preciosa e um acto de cidadania, já que a Câmara das Caldas não podia realizar esta intervenção “por existirem outras prioridades”, segundo explicou o vereador da Educação, Tinta Ferreira. No entanto, a autarquia contribuiu com a aquisição da tinta. Segundo o autarca, é também “muito positivo que os cidadãos também se possam envolver quando é necessário intervir”. A operação de melhoramento ainda não está completa e prossegue amanhã, sábado, 14 de Julho, e todos os voluntários são bem vindos.
Primeiro foi necessário reparar um problema de infiltração no telhado que provocava humidade nalgumas salas de aula e depois, no sábado, dia 7 de Julho, os pais reuniram-se para as necessárias operações de limpeza e pintura. Munidos de rolos e pincéis, cerca de 30 pessoas, entre pais e professores, colaboraram ao longo de todo o dia, no melhoramento do estabelecimento de ensino dos seus filhos e alunos.
João Cunha, pai de uma aluna que agora deixa a EB1 da Escola da Ponte pois terminou o 4º ano, considera que esta foi uma acção “bastante positiva” que uniu pais aos professores. Contou que além das pinturas, os pais procederam também à reparação de pequenas fissuras nas salas de aula dos petizes.
Neste tipo de acção “também se promove o convívio entre pais e professores ao mesmo tempo que melhoramos o espaço onde os nossos filhos aprendem”, disse João Cunha.
Na sua opinião, a autarquia poderia ter dado mais alguma ajuda tendo em conta que todo trabalho foi desenvolvido por pais e professores.
Lígia Silva não pôde estar presente no primeiro sábado, mas vai estar amanhã, com o grupo de pais e terminar a pintura de duas salas e das áreas comuns. Crê que esta é uma boa iniciativa pois é feita “em benefício dos nossos filhos”. No entanto, acha que deveriam ser os poderes públicos a assumir estas operações. “Não nos cabe a nós ter que gerir estas intervenções”, disse esta mãe de uma aluna do terceiro ano. Esta responsável explicou ainda que os pais se uniram “em nome da saúde dos nossos filhos pois as infiltrações trouxeram problemas de humidade que podiam ser prejudiciais às crianças”. Para Paula Correia, os pais mobilizaram-se por causa da actual época que se vive. Esta mãe contou que um grupo de pais já se tinha mobilizado anteriormente para uma angariação de fundos – através de uma quermesse – de modo a começar a resolver os problemas de humidade que atingia algumas salas da escola.
A participante na acção relembrou que os pais já estão atentos a outras necessidades como a renovação dos baloiços e a compra de novos caixotes do lixo. “Se alguém quiser contribuir, toda a ajuda é bem-vinda”, rematou Paula Correia.
Sandra Coito, outra mãe participante, esta foi “uma boa iniciativa de pais e professores” embora também entenda que deveria ter sido realizada pela Câmara. Esta participante acha que a direcção da escola “também falhou um pouco”.
E o que foi mais difícil? “Foi a limpeza, a escola não estava em condições…fartámo-nos de trabalhar”, contou Sandra Coito.
“Câmara contribuiu com a compra das tintas”
Para o vereador da Educação, Tinta Ferreira, “esta foi uma iniciativa muito positiva” pois a Câmara foi receptiva à iniciativa proposta pela associação de pais e colaborou com a aquisição das tintas. “Não tendo agora meios para acorrer a todas as solicitações e havendo outras prioridades, foi muito boa a mobilização dos pais”, disse.
A participação cívica dos pais não é uma novidade pois já foi feita noutros estabelecimentos escolares como por exemplo na Lagoa Parceira e nos Carreiros.
Ao todo a tinta que está a ser usada – no valor de 1600 euros -teve uma comparticipação da autarquia de 1300 euros.
O autarca acha que este é um exemplo a seguir noutras escolas. Tinta Ferreira contou que estão a ser preparadas candidaturas para a requalificação e ampliação de escolas, de modo a aproximá-las dos centros escolares. “Não temos meios para recuperações sem comparticipação comunitária”, disse o autarca, para quem, mais urgentes do que a Escola da Ponte, são as obras nas escolas dos Arneiros, da Encosta do Sol e do Avenal. Estão a ser feitas candidaturas aos fundos comunitários para a requalificação das duas primeiras.
José Pimpão, ex-director da Escola Secundária Raul Proença e que agora assume a presidência da Comissão Administrativa Provisória (CAP) do novo mega-agrupamento que une a Raul Proença ao Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, onde se inclui a Escola da Ponte – achou que esta acção dos pais “foi muito positiva” e que para a próxima não se importa de pegar no rolo da tinta e de participar numa futura iniciativa. Rui Nunes, responsável pela APEASO, considera que nesta iniciativa foi positivo a Câmara das Caldas ter colaborado com as tintas e que foi “um importante acto de cidadania dos pais que se poderia repetir noutros locais”.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt






























