
Várias centenas de pais e alunos dos colégios Rainha D. Leonor, nas Caldas, e Frei Cristóvão, em A-dos-Francos, protestaram a 24 de Janeiro contra os cortes do ministério da Educação nos financiamentos dos contratos de associação entre o Estado e as escolas particulares com alunos da rede pública de ensino.
Nas Caldas da Rainha foi realizado um cordão humano em volta do colégio e os pais e alunos formaram também um SOS humano no campo relvado.
Em A-dos-Francos os manifestantes concentraram-se em frente ao colégio e fizeram ouvir a sua indignação contra os cortes no financiamento.
Fernando Carvalho, um dos pais que faz parte do movimento SOS e que tem uma filha a estudar no colégio Rainha D. Leonor, estava muito satisfeito com a adesão a este protesto. “Sem dúvida que os alunos querem defender este colégio e foram excepcionais”, considera.
O encarregado de educação continua a achar que muitas pessoas não percebem o que está em causa, principalmente o facto dos alunos que estão nestes colégios fazerem parte da rede pública de ensino. “Compreendemos que sejam feitos cortes no financiamento, mas temos que manter a qualidade de ensino destes colégios e os cortes não podem ser superiores ao que será feito no ensino público”, afirmou.
Guiomar Geada, do Cadaval, tem um filho de 17 anos que frequenta o colégio caldense há três anos e fez questão de estar presente no protesto por estar solidária com o movimento SOS.
“Para ele a luta não faria tanto sentido porque é o último ano que aqui vai estar, mas ele está muito envolvido. Ele gosta muito desta escola, onde foi muito bem acompanhado pelos professores”, referiu, explicando que no concelho onde moram o seu filho não tinha a área que queria seguir no ensino secundário.
Ana Bento, de Figueiros (Cadaval), tem uma filha de 15 anos no colégio Frei Cristóvão “porque aqui podia ter um outro apoio, porque ela sofria de fobia escolar”. A mãe acha que “se há um ensino tão bom neste colégio, não faz sentido retirarem-lhe o apoio financeiro”.
Cristina Gomes, outra mãe de uma filha de 15 anos, está descontente com o que está a ser feito pelo Ministério da Educação. A sua filha frequenta a escola desde que esta abriu e já disse à mãe que até gostaria de poder ficar até ao 12º ano neste colégio, se existisse ali o ensino secundário. Residente em Boisias (Alvorninha), Cristina Gomes diz que tem todas as vantagens em existir uma escola para a sua filha em A-dos-Francos
O desejo dos pais é que a ministra da Educação altere a sua posição, mas entretanto o grupo GPS, que é proprietário dos dois colégios caldenses, já assinou a adenda aos contratos de associação que permitem os cortes previstos porque caso não o fizessem deixariam de chegar verbas do Estado.
Devido aos cortes previstos no Orçamento de Estado para 2011 em Dezembro foi publicada uma portaria que reduz em cerca de 30 por cento os apoios às escolas com contratos de associação.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Cortes no apoio a ensino particular preocupa autarquia nazarena
Os cortes anunciados pelo Governo às escolas particulares e cooperativas com contrato de associação estão a deixar a Câmara da Nazaré preocupada com o futuro do ensino no concelho. É que na Nazaré o ensino secundário é unicamente assegurado pelo Externato D. Fuas Roupinho, uma escola privada, comprada pelo Grupo GPS, com contrato de associação pública.
Em reunião de executivo camarário a autarquia aprovou uma moção onde defende que o estabelecimento “tem vindo a desempenhar um papel crucial no ensino no concelho da Nazaré e na Região, não podendo de forma alguma a ser colocada em risco a continuação da sua actividade”.
No mesmo documento é ainda defendido que o Externato D. Fuas Roupinho “tem vindo ao longo dos anos a cumprir as necessidades educativas do concelho ao nível do ensino secundário, sendo o único estabelecimento, desde sempre, a leccionar o ensino secundário” no concelho, “cumprindo assim um serviço público de educação”.
Razões mais do que suficientes para que a autarquia se solidarize com o movimento nacional que contesta a diminuição dos apoios. Com esta moção o executivo nazareno pretende “alertar o Governo para a necessidade de rever a situação”, que dizem pôr em causa o Ensino Secundário no concelho.
J.F.






























