Painéis solares Poupar a fatura e o ambiente

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Fundo Ambiental fez disparar aquisição de paineis fotovoltaicos para produção de energia elétrica de autoconsumo

O Programa de Apoio ‘Edifícios mais Sustentáveis’, financiado pelo Fundo Ambiental e que entrou este ano na segunda fase, veio aumentar o interesse dos consumidores em apostar na eficiência energética das suas habitações.
Esta segunda fase está inserida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que identifica e aposta nesta vertente “como uma prioridade para a recuperação económica, alinhada com a transição climática, de acordo com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu”, justifica o Ministério do Ambiente e Ação Climática.
Este programa conta, nesta fase, com uma dotação global de 30 milhões de euros. Cada candidato está limitado a um incentivo total máximo de 7.500 euros por edifício unifamiliar ou fração autónoma e, ainda, 15 mil euros no caso de edifício multifamiliar (ou seja um prédio) em propriedade total.
No que diz respeito à instalação de painéis fotovoltaicos para autoconsumo, com ou sem armazenamento, a taxa de contribuição do incentivo público ascende a 85% para um limite de investimento de 2.500 euros.
O investimento em energia solar, num país como o nosso, tem argumentos indiscutíveis: para além de ser uma fonte limpa, permite gerar uma economia na conta da eletricidade, atenuando eventuais oscilações no preço da luz cobrada pelas empresas do sector, para além de permitir um retorno financeiro do investimento, valorização do próprio imóvel e, não menos importante, de contribuir para a sustentabilidade ecológica.
De acordo com responsáveis das empresas que operam no fornecimento e instalação de painéis fotovoltaicos ouvidos pela Gazeta, trata-se de uma aposta particularmente importante para quem possui uma vivenda, e por isso pode gerir a sua propriedade sem necessitar de qualquer acordo com outras pessoas, o que não acontece, por exemplo, em prédios que são geridos por um condomínio e onde se torna necessário chegar a um acordo coletivo para a instalação dos equipamentos nos telhados ou coberturas.
Contudo, cada caso é um caso. Caso esteja interessado em recorrer à instalação de painéis fotovoltaicos, deverá consultar uma empresa especializada, por forma a evitar eventuais dissabores.
“Recomendamos vivamente a realização de um estudo de viabilidade técnica e económica”, defende Rui Neto, da empresa Oficina do Sol e da Água.
Quando alguém investe num sistema de eficiência energética, esse sistema tem um retorno ao fim de alguns anos, que é o período de amortização do investimento. Aquele perito de eficiência energética explicou à Gazeta que deve ser procurada a “maximização da eficiência energética e da produção da energia térmica, para termos a corrente da exploração económica dos sistemas”. É que os painéis fotovoltaicos não representam, por si só, um sistema de eficiência energética, “mas sim um sistema de produção de energia elétrica”, alerta.
Ponto importante, por isso, é “apurarmos as necessidades dos equipamentos, sendo convertida a energia térmica, dependendo da eficiência de cada equipamento, dimensionando o painel fotovoltaico adequado para a energia consumida”.
Para José Mendonça, da empresa Braz Mendonça da Conceição, Lda, as vantagens na aquisição destes equipamentos estão sempre dependentes da monitorização do consumo de eletricidade da habitação, pois só assim será possível “conseguirmos ajustar a oferta dos painéis de produção autónoma e própria equivalente”.
Contudo, aquele responsável alerta para o facto de que a produção de energia faz-se, naturalmente, durante o dia, período durante o qual, na grande maioria dos casos, as pessoas não estão em casa. “A eficácia global aumenta sempre que conseguimos fazer o consumo de energia, mas à noite, quando as pessoas estão em casa e consomem mais eletricidade, não há produção e isso obriga a entrar noutro tipo de instalação, com recurso a baterias, o que ainda é caso”, explica José Mendonça.
“Temos que desenhar a proposta à medida de uma potência de um consumo que corresponda ao consumo durante as horas do dia”, elucida o empresário, justificando que “temos que ser tecnicamente muito sérios nas coisas que fazemos, porque o cliente é uma entidade que nos merece o maior respeito”.

A importância do Fundo Ambiental. A procura da aquisição de painéis fotovoltaicos tem vindo a crescer nos últimos dois anos. Francisco Duarte, da empresa FH Clima, destacou à Gazeta que “há uma procura imensa e não dia em que não instale um sistema”.
A justificação para aquele aumento de atividade fica a dever-se ao financiamento proporcionado, a fundo perdido, pelo Fundo Ambiental. “Os clientes estão a aproveitar ao máximo esta oportunidade e, desde que abriu, tive um crescimento na compra de painéis fotovoltaicos na ordem dos 70%. Para o empresário caldense, em média, para um investimento entre 2000 e 3000 euros, de uma moradia tradicional habitada por duas a seis pessoas, são colocados entre quatro e seis painéis e, assegura, “consegue-se gerar, no mínimo, uma poupança de 50% da fatura de energia elétrica.
Também Rui Neto destaca a importância do Fundo Ambiental para a aquisição de painéis fotovoltaicos. “Executámos mais de 30 instalações no ano passado, que permitiu um retorno de mais de 40 mil euros aos nossos clientes”, revela o responsável da Oficina do Sol e da Água. “Como há mais conhecimento, há mais procura”, justifica o responsável.
Já para José Mendonça, apesar de ter registado “alguma procura da parte dos consumidores, de forma crescente”, o recurso ao Fundo Ambiental por parte dos seus clientes, apesar de algum acréscimo da procura, “não é ainda muito significativo”.
Tem sido o autoconsumo a justificação avançada pelos consumidores, para a aquisição de painéis fotovoltaicos, deixando de fora a vertente comercial que, até há pouco tempo, era uma opção para muitas pessoas, em que vendiam a eletricidade produzida para a EDP, por exemplo.
“A revenda, hoje em dia, já não compensa”, afirma Francisco Duarte. “O mais rentável é dimensionar corretamente consoante os consumos da habitação, uma determinada quantidade de painéis, de forma reduzir a fatura da luz. E, com este investimento, a primeira preocupação do cliente é saber quando tem o retorno rápido previsível e, desta forma, começar a poupar”, explica.
“Como o preço da eletricidade vai subir outra vez, o autoconsumo é, de facto, a melhor solução”, garante, por seu lado, Rui Neto.

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SETOR EM TRANSFORMAÇÃO. Outro desafio, que os consumidores têm agora pela frente, é a possibilidade de poderem também alimentar os automóveis elétricos, através dos painéis solares instalados nas suas casas, o que confirma que este setor das energias alternativas está em constante transformação.
Em suma, as propostas existentes no mercado são várias, dependendo das marcas, mas o propósito é o mesmo. Há equipamento de uma gama média com uma garantia dom construtor de 15 anos. “Convém apenas fazer uma verificação anual dos equipamentos e o cliente tem de procurar limpar os painéis”, assume Francisco Duarte.
O consumidor deve recorrer sempre a uma empresa certificada do ramo para ter a garantia de que o futuro não é só ecologicamente mais responsável, mas que o investimento seja seguro. n

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