Paço: Associação do Paço festeja cinquentenário

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Missa Campal com o bispo auxiliar de Lisboa decorreu no passado domingo

Joana Cavaco

Vivem-se dias de agitação no Paço, com a entrada no mês de agosto e a perspetiva das comemorações do cinquentenário da União Recreativa, Desportiva e Cultural do Paço. A associação definiu um programa para alegrar os habitantes e honrar a memória dos fundadores, diretores, sócios e de todos aqueles que deram o seu contributo para a mesma.
Mais de 150 “paçareiros”, pessoas das localidades vizinhas e emigrantes encontraram-se no Largo da Igreja, na tarde de domingo passado, para assistir ao “momento mais solene e marcante de todas as comemorações dos 50 anos da URDC”, a Missa Campal presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa, D. Daniel Henriques. O público concentrou atenções, de seguida, no concerto de música clássica do “Ensemble Agitato”, com a direção de Gerardo Rodrigues, que contribuiu para a manutenção e reforço do ambiente de elevação espiritual.
A URDC do Paço celebra 50 anos de existência no dia 22 de outubro deste ano, tendo organizado um programa de eventos e de atividades de caráter gratuito na sua generalidade, inédito, diversificado e também “muito trabalhoso”, como conta o presidente da associação e membro da Comissão Organizadora dos 50 anos da URDC do Paço, Paulo Antunes. Um ano de celebrações, de outubro de 2021 a outubro de 2022, assentes nos tempos atuais, “mas que, de alguma forma, vão buscar um bocadinho da história e da vida do Paço e da implementação da coletividade”.
Num esforço de se abrir à comunidade, a Direção convidou pessoas do Paço ou com ligação à terra a juntarem-se à comissão organizadora, vivendo um espírito herdado dos antepassados, que viveram no Povoado Pré-Histórico do Paço, desde há 8000 anos até há cerca de 5000 anos, cuja “força de vontade, a resiliência, o querer” foi “a maior marca que ficou e deve perdurar”.
No verão, as festividades atingem o apogeu, com o I Festival Celta- Lusitano em julho, organizado em conjunto com a Associação Patrimonium, de Peniche, que recriou o dia-a-dia do povo que viveu no Povoado Pré-Histórico do Paço há 5000 anos, e que contou com vários espetáculos, entre os quais um espetáculo com os Pauliteiros de Miranda, entre outros divertimentos. Para se ser mais preciso, como explica Paula Lourenço, presidente daquela associação, a feira dever-se-ia chamar “Feira Calcolítica”, porque “eles não eram celtas”. “Celta era uma religião, uma forma de estar. Chamámos feira celta para não chamar uma feira calcolítica, que ninguém ia entender”, frisa.
A associação tem estado atenta às dificuldades da comunidade, dos mais jovens aos mais velhos. A título de exemplo, em 2017, inaugurou um minimercado, “O Cantinho da Aldeia”, como única solução local para o acesso da população, que se concentra numa faixa etária mais adiantada, a bens de primeira necessidade, e que foi de especial importância durante os tempos mais críticos da pandemia.
Por agora, as festas continuam até outubro, com o Festival de Verão, que conta com as atuações de Quim Barreiros e de Tony Carreira, já nos próximos dias 19 e 20 de agosto, antecedido pela apresentação do livro sobre “As Atividades do Paço da segunda metade do Século XX”, da autoria de Tito Caetano, residente de Peniche mas filho da terra e do famoso “Chegadinho” do Paço. ■

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