Os efeitos da greve geral nas Caldas

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A greve geral convocada para o passado dia 27 de Junho teve alguns efeitos nas Caldas da Rainha, que se sentiram principalmente nos serviços públicos das áreas da saúde, educação e na repartição de finanças. A situação que mais transtorno terá causado aos caldenses foi o encerramento do Centro de Saúde das Caldas da Rainha.
A Gazeta das Caldas tentou perceber a extensão da adesão à greve, o que não foi totalmente possível pelas normas decretadas pelo governo quanto à divulgação dos dados dos organismos públicos, autorizada apenas cinco dias úteis depois da greve e divulgadas através do Portal do Governo e do site da Direcção-geral da Administração e do Emprego Público.
Mesmo assim, foi possível apurar alguns dados junto das instituições e através dos sindicatos, e a sua leitura dá para perceber que os efeitos não foram generalizados.
Para além do Centro de Saúde, os serviços que estiveram completamente encerrados na cidade termal foram a repartição de finanças e a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, segundo informação divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública e Sociais do Centro (STFPSC) e da União de Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL).
Na Câmara Municipal, segundo o próprio município, os funcionários que recorreram à greve rondaram os 20,6%, afectando os sectores do património, contencioso e tesouraria, os únicos que não funcionaram.
Nas escolas, para além do encerramento da Secundária Rafael Bordalo Pinheiro não nos foi possível obter os dados de todo o agrupamento no grupo de escolas D. João II, entre professores e auxiliares de acção educativa a adesão ficou-se pelos 10,7%, sendo a incidência maior entre os auxiliares, 17,5%. Das 14 unidades, apenas o Jardim de Infantil da Lagoa Parceira não abriu portas. No agrupamento Raúl Proença a adesão foi pouco significativa.
Um dos organismos que reservou a apresentação dos dados para os canais do Estado foi o Centro Hospitalar do Oeste, mas segundo o STFPSC o único serviço afectado foi a farmácia do hospital.
Ainda nas Caldas da Rainha, chegou a estar agendada uma manifestação em frente à Câmara Municipal, mas que acabou por não ter adesão significativa.
Por outros pontos do Oeste, a cidade onde a greve teve maiores efeitos foi em Peniche, onde não houve recolha de lixo, 12 embarcações de pesca de cerco ficaram em terra, envolvendo cerca de 200 trabalhadores. No hospital, tanto na enfermagem como nos assistentes operacionais a paragem foi total, segundo a USDL. O STFPS aponta ainda o encerramento da repartição de finanças, 90% de adesão em termos globais no hospital, 75% na alfândega e 50% na escola secundária.
No Bombarral, a USDL refere que 95% do sector operário da Câmara Municipal parou, enquanto na Nazaré o número se cifrou nos 90%, quer na autarquia, quer nos serviços municipalizados. O elevador também esteve parado.
Em Alcobaça, destaque igualmente para o encerramento da repartição de finanças e para a enfermagem no hospital, com cerca de 50% de grevistas.

J.R.

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