O encerramento das maternidades esteve em grande destaque no regresso da folia à Avenida 1º de maio, com milhares de pessoas a desfilar e a assistir aos três corsos na cidade termal
A Saúde tem sido o tema mais importante dos últimos tempos no Oeste e, no Carnaval das Caldas, foi Rainha, com especial foco no encerramento das maternidades do Centro Hospitalar do Oeste, mas não só.
O Bloco de Partos da Caverna veio diretamente da Idade da Pedra (e de Alvorninha) e trazia o António À Posta Parteiro a auxiliar a antiga Ministra da Saúde, Marta Temido, a dar à luz. Atrás, dezenas de homens e mulheres da Idade da Pedra, vestidos de cor-de-rosa e preto e com um osso na cabeça, desfilavam com alegria e dançavam coordenados.
Também de Vila Nova, ali ao lado, veio uma AMaternidade, conduzida pelo carro do IMEN, que pertence ao Ministério da Desgraça, mas também ela encerrada. Atrás, uma ambulância, de portas abertas, e uma mulher a ter um bebé lá dentro. Dezenas de parteiras e Zés Povinhos seguem a maternidade encerrada, com os seus bebés. Pelo meio, apenas uma médica…
No regresso da folia à Avenida 1º de maio, nas Caldas, houve cerca de 1400 foliões a desfilar e 18 carros alegóricos para apreciar. Milhares de pessoas assistiram aos três desfiles (o noturno, no sábado e, depois, o de domingo e o de terça-feira).
Mas nem só de Saúde se falou nas Caldas. A TAP (Todos A Pagar, como dizia um dos carros) foi outro tema recorrente, dando mote ao carro da ASF Coto e ao xadrez da A.R.D. Chãos, com uma viatura que na sua frente traz um falo de grandes dimensões. Os peões desfilam, atrás de um António Costa preso com uma corda ao avião. Uma placa assinala a direção do “Aeroporto das Caldas”. “A barragem fazia falta, mas o projeto saiu roto, o melhor que se fazia era construir um aeroporto!”, lê-se.
A sátira política local foi também visível no carro do Rancho As Ceifeiras da Fanadia, onde um homem com um camisola onde se lê “VM” enfrenta, numa luta desigual, um grande camaleão que simboliza o poder eternizado.
A inflação não passa ao lado do carro do Rancho Os Oleiros, mas também do do Monte Olivett, onde o Zé Povinho está a ser comido por uma grande boca.
A guerra e o preço do gás levaram os Amigos e Moradores do Bairro Azul a trazer ao Carnaval das Caldas uma broca manual, que é como quem diz, um das Caldas.
Os Pimpões dedicaram-se às Artes numa cidade criativa, enquanto a ARECO, do Coto, trouxe a Praça da Fruta, com os morangos, ao Carnaval das Caldas.
Do Centro Pastoral de Santa Catarina vieram as árvores, da A.N.D.A. Ramalhosa, o Poppeye e a Olivia Palito e do Grupo Super Flash a Pequena Sereia e o Tritão.
As Jornadas Mundiais da Juventude foram tema para a Paróquia, com visitantes de todo mundo e no carro da Associação do Campo uma grande casa doce e cor-de-rosa, encantada, rodava.
O futebol também costuma ser tema e este ano não foi exceção, com o Grupo Desportivo do Landal, aliás, o agora AhliLandal a apresentar o reforço Cristiano Reinaldo, que veio das Arábias, com uma coroa e mil e uma mulheres a adorá-lo.
O Grupo de Dança de São Gregório trouxe peças de dominó, que se deitavam no chão para jogarem, a BCI trazia um elefante numa volta ao mundo em 80 dias, a Filarmónica de Alvorninha tocava a música dos animais e a Filarmónica de A-dos-Francos simboliza os super-heróis da cultura.
As Matrafonas trazem um grelhador, a fazer umas bifanas, e também uma máquina de tirar imperiais, entre as cuecas e soutiens e perto de um altar-palco “mais barato” do que o que irá ser construído em Lisboa. No altar está… um dos Caldas, claro.
Este ano a autarquia investiu cerca de 87 mil euros em apoios às coletividades e mais 30 mil euros nas despesas relativas à organização do evento, como licenças, prestações de serviço, policiamento, entre outros.
Os Bailes do Casino
Cumpriu-se a tradição e realizaram-se, a preceito, os bailes do Casino, no Céu de Vidro. Centenas de foliões e ,sobretudo, muitos grupos de mascarados, alguns com temas e máscaras a rigor divertiram-se no Baile do Casino que aconteceu nos dias 18 e 20 de fevereiro. A festa, nesses dias, contou também com música ao vivo que animou o baile, repleto de palhaços, cavaleiros, matrafonas, super-heróis, hippies, num sem fim de propostas coloridas. Alguns grupos levam bem a sério esta quadra festival e apresentam-se com trajes que primam pela imaginação, criatividade e também pelo detalhe. As entradas, de dois euros, reverteram a favor da Cruz Vermelha, tal como tem acontecido nos últimos anos.
Nadadouro celebrou 20 anos
Rui Ventura, da Associação Cultural e Recreativa do Nadadouro, que há 20 anos organiza o Carnaval na localidade, fez um balanço positivo deste ano em que se manteve a tradição. “Correu bem, tivemos um pouco menos visitantes, que também já se tinha notado em 2020 e a pandemia não ajudou”, referiu, notando que a existência de uma maior oferta também contribuiu.
“Tivemos outros carnavais com uma dimensão maior”, reconheceu, garantindo que vão continuar a trabalhar para melhorar o evento, que é fundamental para a manutenção dos equipamentos e da atividade da associação. Nas quatro noites terão passado pelo Nadadouro entre cinco e seis mil pessoas. “Notámos uma quebra na noite de sexta-feira”, referiu.
O Carnaval é das maiores fontes de receita”, referiu, esclarecendo que, junto com as tasquinhas, representa mais de metade do valor angariado anualmente.
O 1º Carnaval do Monte Olivett
A A.C.D.R. Santo Onofre – Monte Olivett organizou pela primeira vez bailes de Carnaval, dinamizando o evento durante quatro noites, na Zona Industrial. João Pina, da associação, também fez um balanço positivo. “Foi a primeira vez e foi bom, estamos contentes, para o ano vamos repetir”, garantiu, esclarecendo que contaram com cerca de seis mil pessoas durante as quatro noites.
Já a pensar em melhorias para os próximos eventos, João Pina frisou ainda a importância deste evento em termos económicos para a angariação de fundos para a construção da sede. “Ainda não fizemos as contas, mas foi muito importante”, explicou, salientando a inexistência de ocorrências ou desacatos. ■






























