
Levar os caldenses ao Parque D. Carlos I e lembrar que têm um Hospital Termal que pode ser utilizado no tratamento das suas maleitas, foram alguns dos objectivos de Conceição Camacho, responsável por aquela unidade de saúde, ao organizar um evento, a 2 de Junho, que marcou o início da época alta dos tratamentos.
“Os caldenses não podem esperar que sejam apenas as pessoas de fora a utilizar o hospital”, salientou, referindo que só 2% dos aquistas são do concelho. “Caldas da Rainha precisa de acordar e de vir ao hospital, para que este se mantenha aberto”, disse.
Qualquer pessoa pode aproveitar as características da água termal para tratar das suas doenças ou fazer prevenção para problemas futuros. “Não há listas de espera e têm aqui um ‘medicamento’ que não existe em mais sítio nenhum”, afirmou, relembrando que as águas das Caldas têm propriedades muito próprias com efeitos benéficos para o aparelho respiratório e locomotor. “Podem ser tratadas desde as simples dores musculares até a situações mais complicadas, como as artrites”, exemplificou.
Ao contrário do que tinha sido referido por engano, os doentes oncológicos não podem fazer tratamentos termais enquanto não forem considerados como curados.
Todas as outras pessoas podem ser beneficiadas no seu dia-a-dia se recorrerem a este hospital, ajudando ao mesmo tempo à sua sustentabilidade financeira. “Os caldenses têm aqui, à sua porta, um espaço com condições únicas”, acrescentou. Tudo isto com preços a partir dos 3,75 euros por um banho termal, sendo que a prevenção pode ser feita frequentando as termas durante pouco tempo.
Para poder usufruir do Hospital Termal basta fazer a sua inscrição pessoalmente ou por telefone. Os tratamentos termais são precedidos de uma consulta. “Podem vir directamente ao hospital e será prescrito o que for mais indicado para cada um”, explicou a médica.
Homenagens póstumas e lembrar o Compromisso
A festa no parque foi organizada por decisão pessoal de Conceição Camacho, que quis desta forma assinalar o início da época alta do Hospital Termal, que teve início a 1 de Junho. Nela participaram a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários e o grupo musical “Os Toma”, constituído por alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
O evento começou com a leitura de um poema por uma figurante vestida de Rainha D. Leonor, acompanhada pela fanfarra. “Animai-vos e não vos deiteis à sorte dos que não entendem o meu legado”, concluía o poema, escrito por Conceição Camacho.
Para esta médica, é essencial que o Hospital Termal se mantenha no Serviço Nacional de Saúde e com o seu carácter assistencial, como foi definido pela rainha. Por outro lado, referiu a importância da existência de um hospital deste género em Portugal para credibilizar a hidrologia no país, à semelhança do que acontece noutros países europeus.
Foram também homenageados o ceramista Armando Correia e o médico Sousa Machado, que faleceram recentemente.
Foi com emoção que Conceição Camacho evocou Sousa Machado com quem trabalhou durante muitos anos no Hospital Termal. “Foi o primeiro chefe do Serviço de Hidrologia que confiou em mim e me deixava responsável quando estava ausente”, contou. Para o Parque, a médica levou a antiga maca que o clínico tinha no seu gabinete e alguns instrumentos médicos antigos.
A organizadora fez questão que todas as pessoas participassem no convívio e no lanche. Tudo foi feito com recurso a voluntariado e a ofertas. No final ainda foi entregar uma série de pães que tinham sobrado a Joaquim Sá, que continua a distribuir refeições aos necessitados, apesar de ter deixado de ter instalações próprias.
Conceição Camacho gostaria que mais pessoas se envolvessem em iniciativas do género para tornar o Parque num local com mais actividades.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt































