Orquestra Ligeira de Óbidos e Mário Laginha esgotaram grande auditório do CCC

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Gazeta das caldas

marioPela terceira vez no palco do CCC, a Orquestra Ligeira de Óbidos repetiu o feito do ano passado, ao esgotar todas as cadeiras da principal sala de espectáculos. Os 25 músicos, dirigidos pelo jovem maestro Rui Rodrigues (que se encontra a estudar direcção de orquestra em Viena de Áustria), interpretaram temas de swing, bossa nova e jazz, num concerto onde também se brindou à música portuguesa. O momento mais aguardado pelo público foi protagonizado pelo pianista Mário Laginha, que se juntou à orquestra para tocar “Rhapsody Blue” (George Gershwin). Instrumentos arrumados, os músicos reuniram-se com o público para uma degustação de vinhos.

“Tritono” é como se designa o novo espectáculo da Orquestra Ligeira de Óbidos, apresentado no passado domingo, dia 29 de Novembro, perante uma plateia composta por mais de 650 pessoas. Esta expressão musical simboliza a conjugação de três tons: o tom dos instrumentos, das vozes convidadas e os tons brancos e tintos da prova de vinhos.
Após o arranque com três temas de swing, Joana Marques deu voz à música portuguesa “Lisboa à noite”, interpretando em seguida o standard de jazz “Night and day” (Jamie Cullum). A cantora juntou-se depois ao maestro Rui Rodrigues que se sentou ao piano para tocar “Beatriz” (Chico Buarque), naquele que foi um dos momentos mais emocionantes do concerto.
O público também não poupou os aplausos a Nelson Dias, vocalista da banda Cauda de Tesoura, que, à semelhança do ano passado, foi um dos convidados em palco, cantando Sérgio Godinho (“O primeiro dia”) e Jorge Palma (“Frágil”).
O concerto ia a meio quando a sala foi ao rubro, assim que Mário Laginha assumiu o controlo do piano. Além do tema “Rhapsody Blue”, o reconhecido pianista português apresentou também uma das suas composições.
O convite a Mário Laginha partiu de Manuel Maria Martinho, 64 anos, o guitarrista e elemento mais velho da Orquestra. “Tenho uma amizade com o Mário já de há muitos anos e lembro-me de lhe pedir para tocar as músicas dos anos 70 mais em voga… confesso-vos que algumas das suas versões eram melhores que as originais”, disse Manuel Martinho ao público, a quem contou outra curiosidade: apesar de Mário Laginha se ter iniciado no piano aos cinco anos, a partir de uma certa idade passou a dedicar-se à ginástica. “Ele era o melhor ginasta do liceu, treinava quatro horas por dia”, explicou o guitarrista, acrescentando que Mário Laginha só voltou ao piano quando descobriu um programa de jazz, ainda a preto e branco, que contava com a presença do pianista Keith Jarret.
Rodrigo Martins, director da Orquestra, aproveitou para sublinhar a importância do convívio entre Mário Laginha e os músicos amadores. “Além de um músico de excelência, ele é também uma pessoa de excelência, muito humilde, o que possibilitou a troca de impressões entre todos”, comentou o responsável.
Embora todo o espectáculo tenha sido pontuado por solos, o baterista Luís Pereira destacou-se no final, com um momento de improvisação que lhe valeu aplausos de pé.
Na prova dos vinhos estiveram representadas as adegas Quinta da Silveira, Adega Cooperativa de Alcobaça, Quinta dos Capuchos, Fonte Bábaras e João Barboso.

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