Orquestra de Sopros de A-dos-Francos continua a atrair músicos de todo o país

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Gazeta das Caldas
Os 80 músicos ensaiaram e actuaram em A-dos-Francos e no Centro Cultural e de Congressos

A 3 de Agosto, o grande auditório do CCC recebeu o concerto anual da Orquestra Nacional da Sopros de A-dos-Francos. Foi o culminar do estágio deste projecto que já soma 11 anos e que atrai àquela vila músicos oriundos de todo o país e ilhas. O projecto, que está de boa saúde, integrou 80 músicos dos 140 que queriam vir passar quatro dias, inteiramente dedicados à música, numa das freguesias rurais das Caldas da Rainha.

Continua a ser a população de A-dos-Francos que assegura a alimentação e estadia dos músicos que vêm para o concelho das Caldas participar no estágio da Orquestra Nacional da Sopros que toma o nome da localidade. E é assim desde há 11 anos. Não há vontade de pedir apoios pois “gostamos de preservar a nossa independência”, disse o maestro Pedro Santos, de 28 anos, que divide a direcção da orquestra com Tiago Alves, de 30. Entre momentos de ensaio, Pedro Santos explicou que, por razões de logística, aceitaram menos 20 músicos do que no ano passado. No entanto, “a orquestra manteve a mesma qualidade, dado que antes nunca tocávamos todos ao mesmo tempo”. Ainda assim, o responsável diz que não foi fácil ter que dizer “não” a 60 músicos, dado que no total havia 140 inscritos para vir trabalhar para A-dos-Francos. E não faz mal se for necessário dormir em colchões no chão porque o que verdadeiramente importa é a música e poder fazer parte deste projecto.

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Os 80 músicos ensaiaram e actuaram em A-dos-Francos e no Centro Cultural e de Congressos

Neles participam músicos com idades entre os 11 e os 37 anos, concentrados nas notas e em tirar o maior proveito possível desta semana musical. Do grupo fizeram parte também vários músicos militares das bandas da Força Aérea e da Marinha.
O grupo de A-dos-Francos inspira-se na Orquestra Filarmónica de Berlim que para Pedro Santos “é das melhores do mundo e que se autogere, ou seja, são os músicos que escolhem os maestros e que fazem as audições”, explicou o maestro.
O concerto em A-dos-Francos, que se realizou a 2 de Agosto, “foi um dos melhores que fizemos até hoje”. Segundo o responsável, todos os naipes musicais incluíram a participação de profissionais ou professores. Para Pedro Santos, esse facto foi essencial para “encontrar o som especifico para a orquestra”.
Este projecto musical, iniciado em 2007, com o objectivo de ser uma semana de férias musicais, vai de vento em popa e este ano interpretou duas peças para duas marimbas, instrumentos que se assemelham a xilofones em madeira de grande formato.
O caldense Pedro Santos tem a sua vida profissional nos Açores, na ilha do Pico, e diz que não sofre com a insularidade. Não sente falta de centros comerciais pois diz que o maior de todos é hoje a internet e não sente falta de nada. “Temos a sorte de ter o mar por todos os lados”, disse o músico e maestro que tem vários projectos musicais. Na sua opinião, há nas ilhas açorianas uma cultura musical enraizada e sente mais apoio aos projectos por parte do poder local açoriano do que no continente.

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