A Ordem dos Médicos alertou, recentemente, para o facto da reestruturação dos serviços nos hospitais do Oeste ter resultado em menos camas, menos profissionais e menos qualidade no atendimento.
O CHO discorda desta análise e, ao fim de três anos da criação desta nova entidade – que uniu os hospitais das Caldas, de Torres e de Peniche – salienta que “foi possível melhorar o acesso dos doentes aos cuidados de saúde e a eficiência de gestão e o funcionamento do Centro Hospitalar”.
Em declarações à Lusa, o presidente do distrito médico do Oeste da Ordem dos Médicos, Pedro Coito afirmou que o número de camas de internamento “é escasso, o pandemónio nas urgências é cada vez mais frequente, o que provoca más condições de atendimento dos doentes e de trabalho para os profissionais, que não
conseguem prestar os cuidados que deveriam aos doentes porque estes acumulam-se na urgência, sem possibilidade de serem transferidos para os serviços”.
Segundo o CHO, não há redução no número de camas no Serviço de Urgência, pois não há camas alocadas àquele serviço e mesmo em relação às camas nos restantes Serviços que internam doentes com origem na Urgência Geral ou manteve-se o mesmo número ou houve até aumento de camas.
No Serviço de Medicina mantiveram-se as 117 camas e “houve um acréscimo de nove na Unidade de Peniche, durante o período de Inverno”. Já na Cirurgia Geral existiam 66 camas e passaram a ser 70. Na Ortopedia estavam 50 que reduziu para 43, “já que a taxa de ocupação ronda os 70%, o que significa que não existem doentes em lista de espera”. Na Obstetrícia havia 23 e passaram a 27 e na Pneumologia de 18 passaram a ser 19 camas.
Antes da constituição do CHO, até 2012, Caldas e Torres somavam 428 camas, número que diminuiu para 333 em 2014, segundo a Lusa. Sem o hospital de Alcobaça – que deixou de pertencer ao CHO no final de 2013 – o número de camas em 2012 seria 365 e hoje é de 325. Segundo o Centro Hospital, esta diminuição de 40 camas “não penaliza o funcionamento dos serviços”.
Esta resultou da deslocalização de doentes do Serviço de Pneumologia para o Centro Hospitalar Lisboa Norte, de centralizar nas Caldas o internamento do Serviço de Pediatria, do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia e da maternidade. Estes fecharam em Torres Vedras, onde se concentrou o internamento de Ortopedia.
Há pois menos 13 camas no Serviço de Pediatria, após a concentração do internamento nas Caldas. Este serviço tem actualmente uma taxa média de ocupação anual de 45,9 por cento.
No Serviço de Pneumologia houve alterações em relação ao número de camas, dado que metade delas eram doentes com tuberculose que passaram do Hospital do Barro, para o Hospital Pulido Valente, em Lisboa. “Com esta reorganização dos Serviços foi possível adequar o número de camas às necessidades reais de cada Serviço”, respondeu o CHO. E como o actual Conselho de Administração desta entidade se encontra em final de mandato Gazeta das Caldas pediu uma avaliação da gestão destes três anos. O CHO considera que “foi possível melhorar o acesso dos doentes aos cuidados de saúde, assim como melhorar a eficiência de gestão e o funcionamento do Centro Hospitalar”.
Entre 2012 e 2014, os custos operacionais baixaram de 83,4 milhões em 2012 (antes da reestruturação) para 72,9 milhões em 2014 (depois da reestruturação), enquanto as receitas aumentaram de 66 para 70,5 milhões. A entidade reduziu também os prazos de pagamento, afirmando que não existem dívidas a fornecedores externos, anteriores a 2015.
“Menos camas, profissionais e menos qualidade no atendimento”
Em declarações à Lusa, Pedro Coito, da Ordem dos Médicos, afirma que a descida dos custos foi feita “à custa da redução de camas, de profissionais [segundo os relatórios, passaram de 1.768 para 1.608), do serviço prestado e da qualidade do atendimento”.
O CHO discorda desta postura e afirma até que aumentou o número de Especialidades, de Consultas (de 155 mil para 164 mil) e de Cirurgias (de 5.112 para 5.762) e reduzir as listas e os tempos de espera para consultas e cirurgias.
Carlos Sá, o presidente do Conselho de Administração do CHO lidera esta entidade desde Outubro de 2012, altura em que foi nomeado, aquando da criação o Centro Hospitalar do Oeste.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt






























