Oposição unida na defesa do novo Hospital nas Caldas da Rainha

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Um novo hospital é uma bandeira de todos e, nas Caldas, querem que permaneça no concelho

PS e PSD, que atualmente exercem a oposição na Câmara e Assembleia Municipal, garantem estar ao lado do executivo na defesa da construção do Hospital no terreno entre Caldas e Óbidos

Na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal das Caldas há três forças: o Vamos Mudar, o PSD e o PS e estão unidas na defesa da localização do novo hospital do Oeste no terreno entre Caldas e Óbidos.
À Gazeta das Caldas, Pedro Seixas, presidente da concelhia das Caldas do PS, garante que esta estrutura sempre manifestou a sua posição, “convicta”, que a construção do novo hospital do Oeste deve ser nas Caldas. E justifica-a como a solução que melhor serve a região, a Rede Nacional Hospitalar e pelos serviços e infraestruturas que este concelho oferece. Considera que a defesa da construção do novo Hospital deve ser “uma luta comum, suprapartidária, e que deve envolver toda a sociedade civil na discussão, na análise e, sobretudo, nos resultados, sob a liderança do Presidente da Câmara, representante de todos os caldenses”. Este foi, aliás, o primeiro tema que abordou quando assumiu a liderança da concelhia, recorda, acrescentando que foi uma comissão de saúde que procedeu à análise política do estudo e depois, no Congresso Distrital de Leiria, apresentaram uma moção intitulada “Novo Hospital das Caldas da Rainha”, que será discutida em março numa comissão política descentralizada e cuja reunião terá lugar nas Caldas. Ainda em março os representantes desta concelhia serão recebidos pelo líder parlamentar do PS em audiência. “Até à decisão final faremos de tudo para que a construção do Hospital nas Caldas da Rainha seja uma realidade”, garante Pedro Seixas, que acredita numa argumentação positiva que defenda as Caldas como localização preferencial, sustentando-se em argumentos de cariz social, económico e cultural, assumindo todas as vertentes que a construção de um equipamento público desta natureza implica.
O dirigente socialista reconhece que o adiamento da decisão do ministro da Saúde seria benéfico para as Caldas e espera que o presidente da Câmara na reunião com o governante (prevista para o final da tarde de terça-feira) lhe tenha proposto isso mesmo e mostrado que o Plano Regional e Ordenamento do Território “coloca Caldas da Rainha bem posicionada para receber uma infraestrutura como o Hospital”, disse à Gazeta das Caldas.
O PS/Caldas enviou também uma carta aberta a todos os militantes para conhecimento da sua posição e dos esforços desenvolvidos, até ao momento, de todos os intervenientes políticos na defesa da localização do novo hospital. Na missiva defende “sem qualquer margem para dúvida”, Caldas da Rainha como a localização preferencial para a construção do novo Hospital do Oeste e dá conta que o despacho do ministro da Saúde, que estabelece o final de Março como data para a escolha da localização deste equipamento, “torna necessária a intensificação” dos seus esforços.
Referindo-se ao estudo encomendado pela OesteCIM, e sem colocar o seu rigor, consideram que este baseou-se numa “panóplia demasiado restrita de critérios, e que, se essa panóplia tivesse sido mais alargada, poderíamos estar perante conclusões bem diferentes daquelas que nos foram apresentadas”. Entendem que a única forma de o contrariar seria através da adjudicação de novo estudo, a nova entidade, e solicitaram-no à autarquia. “Enquanto aguardávamos expectantes que o resultado desse trabalho chegasse a tempo de produzir influência sobre a decisão ministerial, eis que fomos surpreendidos com a informação de que, afinal, não existia nenhum estudo em curso pelo simples facto de que nunca tinha chegado a ser encomendado”, referem, dando ainda conta das iniciativas que desencadearam.

PSD garante lealdade
Também Daniel Rebelo, presidente da concelhia do PSD das Caldas, garante que a autarquia pode contar com “total lealdade institucional do PSD neste processo”.
O mesmo dirigente, “sem querer criar conturbações no processo”, acredita que o seu partido “liderou este processo de defesa, até do ponto de vista da marcação da agenda política. Antecipámos esta conclusão da Comunidade Intermunicipal do Oeste e do Governo há uns meses e iniciámos a defesa do que são os interesses da população das Caldas e do Oeste”.
Ainda assim, reconhece, não é importante quem está à frente ou atrás, mas sim a união e colaboração que existe atualmente. “Temos acompanhado as preocupações da Câmara e tudo faremos para colaborar na defesa que têm que fazer, que tem coincidido com a que estávamos a implementar”, referiu. “O hospital não é um tema fraturante entre os partidos”, complementa.
Recordando que o seu partido, em colaboração com outros partidos e com a sociedade civil lançaram a petição pública que já atingiu o número mínimo para ser discutida na Assembleia da República, Daniel Rebelo realça ainda que têm feito “pressão e tido reuniões com os deputados eleitos pelo PSD na Assembleia da República”, além de uma tomada de posição pública tomada pelos “laranjas”.
Para o presidente da concelhia do PSD, o novo hospital tem de ficar junto a um centro urbano. “O estudo está incompleto”, acusa, faltando “uma série de critérios, como a densidade de equipamentos hospitalares a Sul do Oeste e a falta de equipamentos a Norte, bem como a mobilidade, a capacidade de atração de recursos humanos, entre outros”.
O dirigente teme mesmo que “um estudo incompleto seja desculpa para uma decisão política que me parece prévia ao próprio estudo”.
O mesmo responsável frisa ainda que o hospital atual não tem condições e que a população do Oeste não pode ficar à espera do novo hospital para ter cuidados de saúde dignos. “Independentemente de tudo, este hospital não deve deixar de ter investimentos urgentes e constantes”, afirma.
Sobre um possível adiamento da decisão do ministro da Saúde relativamente à localização do novo hospital, Daniel Rebelo considera que a mesma deveria ser anunciada aquando da revisão da rede hospitalar que foi prometida pelo Ministério, integrando nessa reorganização o novo equipamento do Oeste. “Faz sentido fazer essa avaliação em simultâneo”, resume Daniel Rebelo. “A última coisa que podemos esperar é o Governo anunciar um hospital numa localização e, em muito pouco tempo, ela estar ultrapassada porque a rede foi revista”. ■

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