Opiniões controversas de João Ferreira do Amaral como aperitivo para o debate nos Pimpões

Aproxima-se rapidamente a data da realização do colóquio com o economista João Ferreira do Amaral no auditório dos Pimpões, na próxima sexta-feira, dia 25 de Janeiro – numa organização conjunto entre o nosso jornal, os Pimpões e a 102FM Rádio.
O debate será na próxima sexta-feira, dia 25 de Janeiro e terá início às 21h30 com uma intervenção inicial deste ilustre economista, que tem sido nas últimas décadas um dos mais polémicos até por ter sido, uma dos poucos que se opôs à entrada de Portugal no euro.
Na sua última aula no ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, no passado mês de Dezembro, quando lhe foi prestada uma consensual homenagem reunindo governantes à direita e à esquerda, afirmou: “A União Europeia mudou muito, e para pior. Na altura em que ainda se chamava CEE tinha princípios importantes que garantiam uma solidez que se perdeu. Foi-se esfumando gradualmente o princípio da igualdade entre estados, e isso é um princípio fulcral. A Alemanha foi ganhando um peso de tal ordem que hoje se pode dizer que é a potência dominante”.
Mais à frente nessa sessão, onde esteve presente o actual ministro das Finanças, o economista disse sobre a Comissão Europeia que esta “perdeu independência e está hoje refém da mudança de poder ao nível da União Europeia”, questionando de seguida: “a Europa pode ir a caminho de uma irrelevância futura. É para nós a melhor opção é amarrarmo-nos a isso?”.
Em relação a Portugal, que também será o tema da intervenção nas Caldas da Rainha, afirmou que se impunha “um choque competitivo que não poderá vir da desvalorização salarial, mas sim de uma desvalorização cambial”, o que se torna cada vez mais difícil face às posições alemãs e às regras europeias.
Já uns dias antes havia afirmado numa conferência em Fátima que “poderemos e deveremos contar com o aumento da pobreza, do qual deverão ser precisos muitos anos para recuperar”.
Face a estas posições, João Ferreira do Amaral mantém uma posição crítica coerente em relação à actual política, que tem sido muito apreciada nos mais variados meios. Nas Caldas da Rainha, o economista fará uma intervenção inicial sobre “Portugal, causas e efeitos da crise. Que saídas?” e depois debaterá com os presentes sobre as questões mais polémicas que se colocam ao nosso país.
Este colóquio está também integrado nas comemorações 75º aniversário dos Pimpões.
JLAS