Estudo adjudicado terá duração de cinco meses e vai identificar as melhores soluções para assegurar que os biorresíduos são separados e reciclados
Reduzir, a médio e longo prazo, a quantidade de biorresíduos a colocar em aterro, diminuir os custos relacionados com o transporte e deposição e a obtenção de um composto 100% natural com a valorização dos biorresíduos são alguns dos objetivos de um estudo levado a cabo pela Comunidade Intermunicipal do Oeste.
De acordo com a entidade, o composto a criar terá características que permitirá a utilização como fertilizante orgânico, melhorando a composição e estrutura do solo e possibilitando a substituição de alguns fertilizantes químicos.
Projeto quer garantir valorização de resíduos através de compostagem
“Pretende-se encontrar o melhor sistema de recolha seletiva para os 12 municípios, de forma a assegurar que os biorresíduos recolhidos separadamente são objeto de operações de valorização atendendo aos indicadores de desempenho e garantindo a sua viabilidade técnica, ambiental e económica”, explica à Gazeta das Caldas o secretário-executivo da OesteCIM, Paulo Simões.
O estudo, que agora foi adjudicado, irá fazer o diagnóstico e desenvolver um plano de ação e de investimento, a realizar nos 12 municípios, e resulta de uma candidatura do Fundo Ambiental. A concretização terá uma duração de cinco meses e visa “identificar as melhores soluções a implementar” com vista a assegurar que os biorresíduos são separados e reciclados na origem ou recolhidos seletivamente com a máxima eficiência pelos sistemas em baixa e devidamente encaminhados para tratamento nas infraestruturas dos sistemas em alta. Desta forma poderão obter-se benefícios económicos globais na sua valorização, evitando em paralelo os custos e impactos decorrentes da necessidade de eliminação deste tipo de resíduos.
Sobras de refeições, cascas de frutas e legumes, folhas e ervas do jardim são alguns dos exemplos de resíduos que vão para o contentor indiferenciado e que podem ser aproveitados e utilizados em novas aplicações.
“Numa bioeconomia circular, a reciclagem dos biorresíduos é uma estratégia crucial para otimizar o uso de biomassa existente, através, por um lado, dos processos eficientes de compostagem que produzem o composto que enriquece os solos com nutrientes e atua como um repositório de carbono e por outro, a digestão anaeróbia que pode ser utilizada para a produção de energia”, explica Paulo Simões. “É, por isso, crucial a transição para uma recolha seletiva de biorresíduos, pois só desta forma será conseguida a recuperação dos produtos que resultam do seu tratamento”, frisa.
Em Portugal, a produção total de resíduos urbanos foi, em 2018, de aproximadamente 4,94 milhões de toneladas, mais 4,2% face a 2017, de acordo com Relatório do Estado do Ambiente. ■






























