Oeste vai ser a primeira região inteligente do país

0
650
“A Nova Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa, e a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) preparam-se para criar a primeira região inteligente do país”, informou hoje a Comunidade Intermunicipal.
A NOVA IMS vai investir um milhão de euros para criar a primeira Plataforma Analítica Integrada de Inteligência Territorial Smart Region. O projeto piloto arranca no território da Comunidade Intermunicipal do Oeste e terá a duração de dois anos, período após o qual a plataforma Smart Region ficará disponível para ser replicada em todo o território nacional, incluindo Madeira e Açores. Trata-se de um projeto colaborativo de cocriação de uma solução inovadora capaz de potenciar a economia da região assente no conceito de Smart Cities aplicada ao turismo inteligente e sustentável.
O projeto terá um investimento total de praticamente um milhão de euros, cofinanciados em 57% (569.410 euros) pelo Fundo Social Europeu. O potencial de retorno económico é calculado em 533.000 euros em 2021 e 2022, considerando a automatização de processos, cuja informação é actualmente recolhida de forma manual, poupanças com a deslocação aos municípios para esclarecimento de questões, redução da despesa com custos médios de comunicações móveis, entre outros.
Em nota é explicado que o projecto pretende tirar partido do “potencial de criação de capacidades analíticas gerado pelas iniciativas Wi-Fi dos Centros Históricos do Turismo de Portugal e WiFi4EU da Comissão Europeia” para criar a tal plataforma analítica territorial. Essa plataforma, “numa abordagem de big data e ciência dos dados, oferecerá capacidades de recolha, armazenamento, processamento e análise dos dados provenientes dos sistemas operacionais e das redes de sensores municipais integrados com os dados gerados pelas redes Wi-Fi públicas dos municípios abrangidos”.
Segundo os promotores, “através desta plataforma será possível compreender a interacção das pessoas, que vivem, trabalham ou visitam o território da CIM Oeste, com base nos dados do registo e utilização dos pontos de acesso Wi-Fi, envolvendo as dimensões espaço e tempo na análise. Por exemplo, conhecer o número e características de pessoas em eventos e locais, distinguir entre visitantes novos e recorrentes, estabelecer horas de ponta, traçar padrões de deslocação, marcar pontos de interesse, etc. Em paralelo, irá permitir disponibilizar uma aplicação que melhora a experiência de quem visita a comunidade intermunicipal tirando partido do cruzamento de dados provenientes dos sistemas operacionais municipais com os dados originários das redes de Wi-Fi visando disponibilizar informação dinâmica no espaço e no tempo e suportando acções de marketing de contexto, isto é, entregar informação personalizada em função do momento e local onde a pessoa se encontra”.
Miguel de Castro Neto, subdiretor da NOVA IMS e coordenador da NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, citado em nota de imprensa, refere que “as capacidades que a tecnologias oferecem hoje de capturarmos gigantescas quantidades de dados, lança o desafio de serem criadas as capacidades analíticas para promover a sua conversão em informação e, assim, passarem a ter valor para os processos de tomada de decisão, para a criação de novos produtos e serviços e para uma cidadania mais activa e participada”. Para o especialista é “essencial dotar o território nacional e órgãos de soberania, locais, regionais e nacionais, de ferramentas que permitam uma tomada de decisão baseada em dados fidedignos e em tempo útil, como a actual pandemia bem evidenciou”.
“Sendo um dos exemplos mais comuns a utilização dos metadados das comunicações móveis para construir esta inteligência territorial, a generalidade destes serviços assenta na utilização de dados externos, com a consequente necessidade de contratualização de um serviço de informação permanente e respetivo custo associado”, explicou o presidente da OesteCIM, Pedro Folgado. “O processo de criação de redes de Wi-Fi público municipal gera a oportunidade de, pela primeira vez, os municípios serem os ‘donos’ dos dados necessários e suficientes para o desenvolvimento de capacidades analíticas e pela criação de valiosos insights sobre as mais diversas dimensões da governação do território”, fez notar.
- publicidade -