Gratuitidade dita aumento do uso entre os concelhos do Oeste, que também é acompanhado nas deslocações para Lisboa, com valor do passe mais reduzido. OesteCIM pondera outras soluções de circulação onde a resposta apresenta limitações
A adesão ao transporte público na região Oeste aumentou 38,85% este ano, quando se tornou gratuito dentro da região, mediante a adesão ao passe mensal regional, revelou a OesteCIM à agência Lusa. Os dados revelam que, entre Janeiro e Junho, o número de validações de passes aumentou de 1,7 milhões de euros, em 2024, para 2,3 milhões em 2025, o que representa um aumento de 38,85% e de mais 657.344 validações. “Estes dados demonstram uma maior adesão e frequência de utilização do transporte público, refletindo o impacto positivo das medidas implementadas para reforçar a mobilidade sustentável na região”, esclareceu a comunidade intermunicipal.
Ainda de acordo com a mesma entidade, verificou-se um “aumento expressivo do número de pessoas a utilizarem o transporte público coletivo nas suas deslocações diárias, refletindo uma mudança de comportamento que favorece a mobilidade universal, limpa e tendencialmente gratuita”. Nos primeiros seis meses do ano foram emitidos 149.965 passes regionais, mas apenas foram utilizados 36.014. Destes, 21.124 utilizadores “não constavam dos registos de passes regionais vendidos no período homólogo de 2024, o que reflete um aumento significativo de novos aderentes ao transporte público na região”, explica. Ainda de acordo com a OesteCIM, “o crescimento significativo do número de utilizadores em 2025 deve-se, em grande parte, à implementação da gratuitidade do passe”, medida que “aumentou de forma substancial a acessibilidade ao transporte público”.
A entrada em vigor do Passe M, a 1 de janeiro, permite ao utilizador viajar gratuitamente entre os 12 concelhos do Oeste e reduziu o custo do passe mensal para 40 euros nas viagens de transporte público rodoviário entre o Oeste e Lisboa, o mesmo preço que é praticado para os residentes nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. Também pode ser utilizado nos transportes urbanos na capital sem custos adicionais.
Os passes inter-regionais continuarão gratuitos para os jovens até aos 23 anos e os utentes com mais de 65 anos têm desconto.
De acordo com a OesteCIM, também a oferta de transporte público foi reforçada, com o aumento da frequência de circulações em várias linhas da região. “Esta adaptação foi realizada de forma progressiva, em resposta direta ao crescimento da procura verificado após a implementação da gratuitidade dos passes regionais”.
A comunidade intermunicipal está a ponderar implementar soluções de transporte flexível e a pedido, “sobretudo em áreas rurais e de menor densidade populacional, onde a procura é mais dispersa e o modelo tradicional de transporte regular apresenta limitações”. Outras medidas a desenvolver passam pela otimização de itinerários e horários com base na procura, soluções digitais para reserva e gestão de transporte a pedido e reforço da articulação entre o transporte regular e o flexível, promovendo uma rede interligada.
Mais utilizadores também nas viagens para Lisboa
Também o uso transportes públicos entre a região do Oeste e Lisboa aumentou 22%. Entre janeiro e junho, foram vendidos 54.018 passes inter-regionais em 2024 e 65.990 este ano, segundo dados disponibilizados pela OesteCIM à agência Lusa. “A redução do valor do passe inter-regional para 40 euros contribuiu para um aumento significativo da procura por parte dos utilizadores que se deslocam diariamente entre os concelhos do Oeste e a AML”, refere a OesteCIM que, em resposta a este crescimento, em articulação com os operadores rodoviários e com as entidades competentes da AML, “promoveu o reforço da oferta em diversas ligações inter-regionais”. Houve um “aumento da frequência de circulações em horários de maior procura de e para Lisboa”, referiu a entidade que, acrescenta, vai continuar a apostar no “aumento da frequência e na adaptação dos horários às necessidades reais dos utilizadores”.
A falta de comunicação
Os dados acima referidos são citados da agência Lusa porque a OesteCIM tende a, reiteradamente, não responder às questões da comunicação social regional. Gazeta das Caldas enviou, a 29 de janeiro (há seis meses) um pedido de informação sobre o que seria, na altura, o balanço de um mês do Passe M, tendo sido informada que ainda não tinham dados para fornecer, e que quando os tivessem, nos informariam. Não o fizeram e, tendo sido de novo questionada a semana passada (já depois de terem sido publicadas as respostas à agência Lusa), voltaram a não responder. Entre as questões colocadas ao Gabinete de Comunicação da Oeste CIM, e até terça-feira à tarde sem resposta, estavam o número de passes solicitados e, destes, a quantidade por município. Questionou ainda quem são os principais utilizadores do passe M e se o pedido de passes inter-regionais também aumentou, bem como o número.
Como é que o operador está a acompanhar o acréscimo de pessoas a utilizar os transportes públicos e se estão previstas algumas alterações ao nível de horários/autocarros, foram outras das questões colocadas, a par de um pedido de informações sobre o processo de aquisição de uma participação social de 51% da Rodoviária do Oeste, e que ficaram, mais uma vez, sem resposta. ■































