As obras de consolidação da estrutura da igreja de São Gião, em Famalicão (Nazaré), já arrancaram finalmente. A empreitada, orçada em quase 245 mil euros, tem como objectivo a dotação do espaço das condições necessárias para a visitação, assim como a instalação de uma loja de apoio e de um centro interpretativo.
A obra deverá estar concluída dentro de meses e a Câmara já informou que o modelo de funcionamento deverá ser semelhante ao do Forte de S. Miguel Arcanjo.
A igreja é o único património do concelho classificado como Monumento de Interesse Nacional e localiza-se no sopé da Serra da Pescaria, a 600 metros do mar, numa língua de terra arável entre o areal e uma encosta rochosa. O acesso é feito percorrendo dois quilómetros por uma estrada de terra batida que passa junto a várias explorações agrícolas até chegar à Quinta de São Gião, um conjunto de casas rurais que se localiza ao lado da igreja.
Desde que foi descoberta, na década de 60 do século passado, a igreja foi catalogada como visigótica, uma vez que apresenta elementos dessa época (séc. VI).
Mais recentemente, os trabalhos de escavação evidenciaram características das igrejas asturianas do século X. Pressupõe-se então que esta seja uma igreja asturiana (do reino das Astúrias) construída com elementos de um templo visigótico que ali terá existido anteriormente.
A primeira intervenção arqueológica deu-se em 1965, com Eduíno Borges Garcia e Fernando de Almeida. Foi já em 1990 que foi instalada pela primeira vez uma cobertura provisória, que foi destruída pelos ventos e reposta nos anos de 1996 e 1997.
Em 1998 ficou concluído o processo de expropriação, ainda que, no ano seguinte, tenha sido necessário recorrer a uma intervenção da GNR, da Câmara e do Instituto Português do Património Arqueológico (IPPAR) para remover um ocupante que persistia em viver nos edifícios que existem na quinta.
Depois foi instalada a vedação e a rede eléctrica e foi limpo o terreno e o caminho de acesso. Foi ainda instalado um sistema de bombagens no poço para controlar os níveis freáticos. No início do milénio realizou-se a primeira fase de recuperação e reabilitação.
Com o passar dos anos e o abandono a que tem sido sujeita, a estrutura metálica que a deveria proteger acabou por tornar-se um risco à segurança da própria igreja, havendo vários painéis de metal no chão, em volta do monumento.
Obras na igreja de São Gião já arrancaram
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