O tecido urbano central das Caldas da Rainha poderá vir a apresentar uma imagem totalmente diversa que os caldenses conheceram nos últimos cem anos, caso vá para a frente o Plano de Regeneração Urbana apresentado ao Programa Mais Centro, financiado pelo QREN.
Nas imagens que a Gazeta das Caldas publica nesta edição, realizadas pela equipa de arquitectos do município, antecipa-se algumas das intervenções fundamentais, como as mudanças nos principais eixos urbanos como a Praça da República, Rua de Camões, Largo de Fontalva, Praça 25 de Abril, Avenidas da Independência Nacional e Avenida 1º de Maio, para além das restantes ruas que os circundam.
Esta intervenção ao nível da regeneração urbana tem um investimento total de 10 milhões de euros, que poderá ser financiado pelo QREN a 80%.
Um outro objectivo relacionado com a mobilidade é outra das pedras angulares desta intervenção, que prevê uma importante intervenção com mais e maiores passeios, mais ruas calcetadas para conseguir uma maior disciplina do trânsito dentro da cidade, permitindo um maior usufruto por parte dos peões.
Eis o esboço de como será a nova face da cidade depois da regeneração que será efectuada até 2013, se… se tudo der certo!
A intervenção na cidade deverá começar no início de 2011, estando actualmente a Câmara a proceder à elaboração dos cadernos de encargos para abertura dos concursos públicos das intervenções apresentadas ao Programa Mais Centro do QREN (Quadro de Referencia Estratégico), apoiado pela União Europeia.
A Praça da República será um dos pólos centrais destas intervenções, com o objectivo de recuperar o tabuleiro e as organização da circulação de uma forma mais consistente com o funcionamento do mercado diário. Contudo, ainda não está decidida o calendário da intervenção, mas a Câmara está inclinada para uma obra faseada para não retirar os vendedores do local.
No futuro os carros dos vendedores terão um horário definido para cargas e descargas, sendo-lhes assegurado o estacionamento na Rua Diário de Notícias.
Outra das obras previstas será a recuperação do antigo edifício da PSP ao cimo da Praça da Fruta, para a criação da Loja do Turismo, em substituição do projecto anterior do Arquivo Municipal. Este espaço deverá integrar uma loja com produtos regionais, um restaurante e um café também de produtos regionais. Será também a sede dos artesãos, onde estes irão trabalhar ao vivo e ter os seus trabalhos expostos.
Ali serão criadas casas de banho públicas para apoio aos vendedores da Praça da Fruta e ainda haverá uma zona para mostra de criações contemporâneas, nomeadamente de design industrial, joalharia, etc.,com ateliers de trabalho.
No edifício contíguo ao Mercado do Peixe, onde actualmente são feitas algumas exposições do Atelier Arte e Expressão, será criado outro centro de divulgação e promoção dos produtos regionais, onde será desenvolvida a marca Caldas. O imóvel será demolido e reconstruído, estando prevista também a instalação de algumas associações e da equipa de trabalho da regeneração urbana.
As Ruas Capitão Filipe de Sousa, da Nazaré e Largo de Naulila, serão calcetados para dar novos espaços aos peões. “Não queremos fechar todas as ruas ao trânsito, queremos que elas sejam calcetadas para que as pessoas percebam que estão a circular no centro histórico”, explicou o vereador Hugo Oliveira, adiantando que o fecho ao trânsito “mata o comércio e o centro da cidade”.
O autarca explicou ainda que, com esta intervenção, pretendem aumentar a mobilidade, de forma a que nas ruas possam circular carrinhos de bebés e pessoas com cadeiras de rodas, agora em ruas com os passeios rebaixados e maiores.
Toda a Rua Capitão Filipe de Sousa até ao cruzamento da Robiallac vai ser melhorada, assim como as ruas Coronel Soeiro de Brito e Duarte Pacheco, que liga à Praça 25 de Abril. A Rua Dr. Leal Azedo passa a ser pedonal com uma nova organização do espaço.
A Praça 25 de Abril terá no seu subsolo um parque de estacionamento e, à superfície, como se pode ver na imagem, beneficiará de arranjos paisagísticos e terá um alinhamento, em termos visuais, com a Avenida 1º de Maio. Já esta avenida terá um alargamento de passeios e o trânsito será disciplinado. Irá continuar a circulação automóvel mas o piso será empedrado, o estacionamento passa a ser perpendicular e haverá mobiliário urbano novo.
Em frente à estação da CP haverá uma rotunda, preparada também para um possível alargamento, no futuro, da Rua da Estação. A entrada para a Avenida da Independência Nacional passa a ser pela lateral porque a avenida será fechada ao trânsito, para ter uma zona de lazer, com parque infantil e quiosque com esplanada. Este será um dos espaços urbanos onde haverá uma alteração mais profunda da sua utilização criando-lhe novos atractivos.
Os carros vão circular pelas ruas laterais dando ligação à Rua Miguel Bombarda, mantendo-se o estacionamento nas laterais. A Rua Coronel Andrada Mendonça também terá os passeios alargados, assim como a Rua Henrique Sales, que verá ainda proibido o estacionamento.
Substituição de condutas antigas no subsolo
Nas ruas entre a Praça da República e a Rua de Camões será aproveitada a intervenção para mexer no subsolo, colocando condutas novas. De acordo com Hugo Oliveira, foi candidatada a mudança de conduta do Hospital Termal, que passa actualmente debaixo do estacionamento e oferece perigo de ruir. A Câmara conversou com a administração do Centro Hospitalar e vão desactivar essa conduta e fazer uma nova na Rua de Camões até à Rainha, que se pode ver também na imagem.
“Vamos retirar o estacionamento de cima dela, para evitar o peso dos carros, passando a ser pedonal”, disse o vereador, acrescentando que, no futuro, o hospital irá decidir de que forma se irá intervir nessa conduta, feita à época em tijolo de burro.
Desaparecendo o estacionamento na Rua de Camões, este terá de ser dirigido para o parque que o Hospital construiu na Parada. Solução para os arrumadores!
A intervenção não prevê alterações na mudança de trânsito na Rainha, mantendo-se a rotunda, mas serão criadas zonas de estar e de contemplação que fazem a ligação com a Rua de Camões e o parque D. Carlos I.
Na Rua de Camões já foram retirados os candeeiros velhos, que estão a ser reparados, para depois voltarem a ser colocados. Entretanto foram colocados outros, provisórios, para a rua não ficar sem iluminação.
Os Largos do Termal e João de Deus serão intervencionados mais tarde, no âmbito de uma candidatura ao PROVERE (Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos).
A Rua General Queirós também vai ser intervencionada, sendo colocada no seu subsolo uma grande conduta por onde irão passar as águas pluviais.
Em suma, a intervenção vai ser dividida em dois eixos de acção, um do comércio e outro dos serviços, que incidem nos dois mercados, “que eram duas alavancas fundamentais”, refere o autarca.
“Há também uma preocupação de enterrar os contentores do lixo e criar condições de mobilidade com isso, assim como com a própria iluminação”, adiantou Hugo Oliveira.
No âmbito da parceria estabelecida com outras entidades, a ACCCRO tem a seu cargo a animação e um projecto de instalação de muppies electrónicos de informação turística e comercial. “Serão cerca de uma dezena e a ideia é tê-los dispostos pela cidade, de forma a que o turista chegue e possa aceder à informação”, disse, acrescentando que serão também instalados três outdoors digitais na cidade, que vão passar informação de eventos.
A Câmara está ainda em conversações com a EDP para ver da possibilidade de encontrar locais para instalar os postos de carregamentos para carros movidos a energia eléctrica, que funcionarão como um parquímetro, em que a pessoa opera com moeda ou cartão de crédito para carregar o carro com energia.
As obras da regeneração vão ser faseadas. Nesta fase a equipa está a estudar as soluções de trânsito e a forma como podem minimizar o problema das pessoas e o impacto que possa ter a obra.
“Sempre que vamos intervir numa rua temos que ter solução de trânsito para ela”, garante Hugo Oliveira, acrescentando que a cidade vai mudar o rosto nos próximos anos, mas “não podemos com isso matar a cidade e o comércio, que queremos que seja ainda mais competitivo”.
A candidatura ascende a cerca de 10 milhões de euros. o financiamento comunitário ao que tudo indica será de 80%, embora o autarca ainda não tenha a confirmação. Inicialmente era apenas de 45%.
O gabinete caldense da regeneração urbana é coordenado pela arquitecta Sónia Lopes e conta com mais uma arquiteca, um engenheiro electrotécnico, um engenheiro civil, uma desenhadora, uma técnica de Administração Pública e dois estagiários (um de Biotecnologia e outro de Ambiente).
































Sera’ este um artigo do primeiro de Abril? Se isto
acontecer sera’ a maior mudanca da Historia das Caldas. Esperamos que se concretize.