Obra sacra criada nas Caldas da Rainha pode ser oferecida ao Papa

0
777
Notícias das Caldas
D.R.

“Ut Christus Ecclesiam Amavit” (Como Cristo amou a Igreja) é como se designa a escultura em pedra, feita nas Caldas da Rainha e que é o símbolo do IV Simpósio Internacional de Teologia do Corpo que vai ter lugar em Fátima, no próximo mês de Junho.
A peça, com quase três metros de altura, é da autoria do artista Carlos Oliveira que, para a criar, contou com a “palavra” do padre Miguel Pereira, coadjutor da Paróquia das Caldas da Rainha e organizador do simpósio.
Os dois autores pretendem agora oferecer ao Papa (independentemente de quem exerça o cargo) esta obra, na qual se encontram representados Cristo na cruz e Nossa Senhora.

“Ut Christus Ecclesiam Amavit” (Como Cristo amou a Igreja) começou a ser feita há nove meses. Carlos Oliveira contou com o auxilio de António José Santos para criar esta obra, em pedra, que  tem 2,70 metros de altura e 1,80 de largura. Nela estão representadas as figuras de Jesus Cristo na cruz e de Nossa Senhora.

- publicidade -

O escultor caldense, com atelier na Crocha,  há muito que se dedica a obras de arte pública.
“Esta obra não teria sido possível sem a colaboração do padre Miguel”, comentou o autor à Gazeta das Caldas.
A escultura foi apresentada na Universidade Católica, em Lisboa, na passada segunda-feira, 28 de Janeiro. Antes da realização do Simpósio de Teologia do Corpo, que vai decorrer em Fátima em Junho, esta escultura made in Caldas da Rainha vai peregrinar por várias paróquias das dioceses de Lisboa e de Coimbra antes de chegar ao santuário, promovendo assim a realização deste evento internacional que se dedica ao estudo da catequese de João Paulo II.
Mas nem tudo foi um mar de rosas ao longo dos nove meses de trabalho. “Houve alguns momentos de insatisfação e de desânimo”, contou o autor, explicando que estes acabaram por ser ultrapassados “com a palavra de Deus e com a oração”. O escultor conta que a obra nasceu da parceria com o padre Miguel Pereira que, por sua vez, destaca da obra “o olhar que trocam Cristo na cruz e Nossa Senhora”.  Éssa comunicação tem vários significados relacionados com a entrega da vida de Cristo ao seu povo, com o papel de Nossa Senhora e com o relacionamento de Jesus com a Igreja. “Não é muito comum a Virgem Maria aparecer tão implicada na cruz e aqui ela está misticamente presente, acolhendo o mistério de Cristo”, acrescentou o pároco.

Segundo Carlos Oliveira, as palavras do padre acabaram por o influenciar e fazer aumentar a escala inicialmente pensada para esta obra.  Ao todo, foram necessários 300 quilos de barro vermelho para a modelação da escultura, a partir da qual se fez um molde que permitiu a feitura da peça em pedra.
“Aprendi com a cerâmica os alicerces técnicos que transporto para a escultura”, comentou o autor, orgulhoso do seu trabalho final que agora será o símbolo do Simpósio Internacional da Teologia do Corpo.
A iniciativa portuguesa já conta com 17 oradores confirmados, nacionais e internacionais e prevê-se uma participação de pelo menos 300 pessoas. “Serão abordadas várias questões relacionadas com a vida, desde o aborto, a contracepção, a fertilização in vitro  e a eutanásia, tal como João Paulo defendia”, afirmou o padre Miguel Pereira.

“Temos a intenção de a oferecer ao Papa”

“Temos a intenção de a oferecer ao Papa, não sabendo ainda se ele a aceita… de qualquer modo achamos que é possível”, disse o padre Miguel Pereira.
O Papa Bento XVI, que recentemente renunciou ao cargo pediu que se estudassem as catequeses de João Paulo II e, por isso, faz sentido “que o fruto desse estudo lhe seja entregue, simbolicamente, através desta cruz. Desejar que o Papa aceite esta obra é algo que ainda podemos fazer. Creio que é possível”, disse.
Carlos Oliveira – que já tinha feito outras obras sacras que se encontram na Igreja de Alfragide – explicou que a obra “Ut Christus Ecclesiam Amavit” vai ter uma edição de sete originais e que cada uma custa 12.500 euros. À venda no próprio seminário vão estar pequenas réplicas “importantes para o financiamento da iniciativa”, explicou o padre Miguel. Cada pequena réplica de “Como Cristo amou a Igreja” vai custar 25 euros.

- publicidade -