Obra de José Aurélio presta homenagem aos ex-combatentes

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SubstituiDepois da ampliação do Lar da Foz do Arelho, seguiu-se a inauguração da obra de homenagem aos ex-Combatentes na Av. Engº Pedro Cardoso, junto à sede da OesteCIM.
A obra, da autoria do escultor José Aurélio, custou mais de 70 mil euros e a autarquia contribuiu com 10 mil euros e com os arranjos exteriores e iluminação.

“Como é que as Caldas, uma cidade de escultura não tem uma homenagem aos ex-combatentes?”. Esta era um pergunta que surgia muitas vezes ao ex-combatente Joaquim Silva Santos que decidiu então levar a sua avante.
Há três anos este antigo militar constituiu uma associação para levar este projecto adiante, que agora se concretiza com a inauguração da obra “que dignifica esta avenida e esta cidade”, disse o presidente da Câmara, Tinta Ferreira.
A peça custou 70 mil euros (mais IVA), tendo a Câmara participado com 10 mil euros e com os arranjos exteriores e iluminação da obra.
“Estou satisfeito pois consegui concretizar o meu sonho”, disse o mentor da Associação dos Ex-Combatentes do Ultramar, que diz que entretanto, esta associação será extinta visto que alcançou o seu propósito.
A obra é feita em aço corten (para melhor resistir às condições climatéricas adversas) e, segundo o escultor José Aurélio, a sua execução foi feita no último mês, após vários estudos prévios. A peça mede 1,80 metros e está instalada numa base com mais de um metro.
Apesar de partir da homenagem àqueles que combateram no Ultramar, “não há nenhuma referência específica” ao tema, disse o escultor. Há apenas uma figura que representa um lutador que usa um escudo, “algo que já não se usa há vários séculos e ainda há a estilização de uma bazuca”. Por outro lado, há duas leituras na obra deste autor pois encontram-se representados o “combatente que é vencedor e um outro que é vencido”.
Este autor, que já possuía pelo menos duas obra de arte pública nas Caldas da Rainha – referentes aos 500 anos do Hospital Termal (Igreja do Pópulo) e uma homenagem ao escritor Raul Proença (Largo João de Deus) – tem vários projectos em mãos, um deles a medalha de honra de Alcobaça.
Presentes na cerimónia, estiveram o coronel Carlos Lopes, da direcção da Liga dos Combatentes que afirmou que esta ideia de Joaquim Santos e do escultor José Aurélio “não tem por fim celebrar a guerra, mas sim homenagear os portugueses que combateram, assim como as suas mães, esposas e filhos que também foram combatentes”.
Por sua vez, o comandante da ESE, Barros Duarte, referiu que Portugal se fez “em Ourique, Aljubarrota, passando pelas Linhas de Torres Vedras, Guerra de África e nas novas missões feitas em defesa dos interesses de Portugal, desde a Bósnia, Somália, Mali, Afeganistão e Iraque”. Como tal, todos os que defenderam os interesses de Portugal além mar, “estão aqui representados nesta obra”.
O militar agradeceu o facto de Joaquim Santos ter perseguido o seu sonho, até porque “é este que comanda a vida” e, como tal, “é importante que seja realizado”. Ao escultor também deixou palavras de apreço por ter materializado o sonho daquele ex-combatente. No final da cerimónia de inauguração ,que contou com a presença de militares da ESE, juntaram-se os responsáveis políticos e militares para uma foto de família.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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