
Os Maios, uma tradição com mais de 2000 anos em Óbidos, terá este ano uma celebração maior com a realização da iniciativa “Maiando o Maio”. Dinamizada por associações e particulares, conta com diversas acções, a decorrer entre 21 de Abril e 1 de Maio, como a apresentação de um livro sobre o costume dos Maios e das Maias em Portugal ou um colóquio, no EPIC – Espaço para a Promoção da Inovação e Criatividade, intitulado “Conversas sobre Memória e Identidade”. Será ainda feito um peditório e a apanha das maias, que irão embelezar a vila na manhã de 1 de Maio.
Esta festividade remonta à antiguidade clássica romana, atestando a antiguidade da vila e a sua ocupação humana há mais de 2000 anos. Nos inícios do século XX, a autarquia escolheu para o seu feriado o dia 1 de Maio, muito participada pelos habitantes de Óbidos.
De acordo com a tradição, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, após a confraternização (que resultava da recolha de algumas ofertas junto das casas comerciais para a compra do bacalhau e do azeite) os rapazes e homens da vila espalhavam pelas ruas, durante a madrugada, as flores silvestres que tinham apanhado nos campos.
A população, para evitar que o “maio os encontrasse na cama” e ficassem amarelos o resto do ano”, levantava-se cedo, preparando-se para ouvir a música, os foguetes e encontrar a vila maiada, com as aldrabas das portas e as janelas das habitações enfeitadas e os adros das igrejas atapetados de flores.
Na primeira metade do século XX, a festa era extensível à estação dos caminhos de ferro, onde era entregue um raminho de flores silvestres aos passageiros que desembarcassem ou entrassem no comboio, ou oferecendo aos outros que seguiam viagem.
F.F.
Programa
21 de Abril
16h00 – Recepção
Mostra e venda de livros de cordel
Lançamento do livro BI das Maias e dos Maios em Portugal
Actuação do Coro Infantil de Óbidos
17h00 –Conversas sobre Memória e Identidade:
Moisés Espírito Santo: As Maias – Rituais de Primavera
João B. Serra: Guimarães 2012 e a cultura popular
Ana Paula Guimarães: Seremos aquilo que recorda(r)mos?
José Barbieri: Memoriamedia: Audiência Global para Saberes Locais
Rui Veloso: A literatura tradicional nas vivências escolares
Celeste Afonso: Identidade vs Alteridade
22 de Abril
Peditório tradicional
29 de Abril
Apanha das maias – Percurso pedestre
15h00 – Ao som de música e de cantigas, o percurso é feito da Porta da Vila até ao morro de Santo Antão para apanha das maias.
30 de Abril
20h00 –Actuação de ranchos folclóricos, de bandas filarmónicas e de coros; construção dos enfeites e enramalhamento da vila; jogos tradicionais; contadores de histórias; baile popular; ceia convívio.
1 de Maio
15h00 – Cortejo com momentos de “espectáculo” e baile popular, jogos tradicionais; baile popular e actuação de grupos.






























