Óbidos lança painéis de sensibilização junto aos rios

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Várias entidades juntaram-se para, simbolicamente, mostrar a necessidade de preservação dos rios

O Dia da Água foi assinalado em Óbidos com a apresentação de painéis informativos, junto aos rios Arnóia e Real, de sensibilização para a preservação dos rios e sua biodiversidade

“Sabia que nestes rios há um peixe único no mundo?” A pergunta, colocada em destaque nos painéis informativos, dá também a resposta. Trata-se do ruivaco, uma espécie endémica em Portugal, atualmente considerada “vulnerável”, que existe nos rios Real e Arnóia, mas cuja sobrevivência depende da preservação destes cursos de água doce.
Os painéis informativos relativos ao projeto “Peixes Nativos”, que marcam o início do programa “Preservação e Valorização dos Ecossistemas Aquáticos de Óbidos”, numa parceria com o ISPA e a Águas do Tejo Atlântico, foram apresentados na passada segunda-feira.
A cerimónia simbólica de apresentação do projeto decorreu na confluência dos rios Arnóia e Real, no Arelho, local onde também foram plantadas duas árvores.
Óbidos integra há um ano o projeto “Peixes Nativos”, lançado em Novembro de 2017, coordenado pelo ISPA, em parceria com a Águas do Tejo Atlântico, S.A. e que tem por objetivo monitorizar anualmente, na época de seca estival, espécies ameaçadas de peixes de água doce. Para além disso, integra ações de sensibilização ambiental dirigidas a crianças do primeiro ciclo. “Desenvolvemos atividades educativas e, depois, trazemos essas crianças ao rio para assistirem, como se fossem biólogos, a uma sessão de caraterização dessas populações de peixes”, resume Carla Sousa Santos, bióloga do Mare (Centro de Ciências do Mar e Ambiente).
Também parceira da iniciativa, Sara Duarte, da empresa Águas do Tejo Atlântico, salientou que, atualmente, são sete os concelhos no Oeste que já aderiram ao projeto, e realçou o entusiasmo que tem tido junto dos mais novos, que “não conheciam as espécies e começam a ganhar carinho por elas”. A responsável considera esta uma boa oportunidade para juntar os parceiros, na reabilitação das linhas de água.
Maria Jesus Fernandes, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), entidade que apoia o projeto desde o início, destacou que o passo seguinte será o da valorização destes ecossistemas, nomeadamente através da requalificação das margens do rio.
“Não é só fazermos a limpeza dos leitos, é necessária a sua requalificação”, defendeu a também bióloga, que tem estado em conversações com o presidente da Associação de Regantes, Filipe Daniel, para que possam ser feitas algumas plantações junto aos rios.
“Não trouxe espécies das galerias repícolas para plantarmos, porque não é a altura certa, mas já solicitei junto do meu instituto e faremos, depois, as plantações, até com maior acordo de alguns donos dos terrenos”, disse.

Novo projeto municipal
“Há muito trabalho em conjunto, nestas áreas, para ser feito”, reconheceu a vereadora Margarida Reis, referindo-se à valorização destes cursos de água. A autarquia pretendeu também aproveitar o dia para lançar o projeto municipal que tem o objetivo, como o próprio nome indica, de preservar e valorizar os ecossistemas aquáticos do concelho de Óbidos, tendo em vista a saúde e bem-estar dos munícipes.
Já está prevista a realização de um webinar e, a 30 de abril, de atividades educativas junto do rio Arnóia, com a turma aderente do Complexo Escolar do Alvito. ■

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