O “Socorro” Gaeirense comemorou 90 anos de apoio aos necessitados

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notícias das CaldasCriada em 1921 para dar resposta às necessidades sociais da altura, a associação “O Socorro Gaeirense” continua, 90 anos depois, a cumprir os objectivos para que foi fundada.
O aniversário foi celebrado a  3 de Setembro no Centro de Dia da instituição e contou com a presença do beneditense Acácio Catarino, ligado a várias instituições de carácter social, que destacou a importância do voluntariado nos tempos que correm e sugeriu a criação de um grupo de voluntários em todas as freguesias.

Antigo conselheiro presidencial de Jorge Sampaio e com várias ligações à causa social, Acácio Catarino deu nas Gaeiras uma lição sobre instituições de solidariedade social e voluntariado.
No ano em que se comemora o Ano Europeu do Voluntariado, o orador estima que existam actualmente em Portugal 1,5 milhões de voluntários, embora apenas 500 mil o sejam de forma regular.
Referindo-se ao Socorro Gaeirense, Acácio Catarino destacou a sua longevidade e a “visão genial” dos fundadores da associação que começaram nos inícios do século XX com o apoio às pessoas nos funerais.
“A situação das pessoas naquela altura era tão deprimente que a maior parte de vós não o consegue sequer imaginar”, disse, destacando que actualmente existe uma certa protecção do Estado ao nível social, mas que esta “não basta e pode até diminuir”.
O convidado realçou que a associação soube “olhar para o futuro”, destacando algumas das iniciativas que promove, como as dádivas de sangue, criação da creche, centro de dia e apoio domiciliário.
Quando questionado sobre a ocupação dos postos de trabalho nas instituições por parte de voluntários, que já originou a oposição dos sindicatos, o orador referiu que os voluntários são “desejáveis desde que não vão fazer o que compete aos profissionais”. No entanto, reconheceu que nesta altura de crise a aposta no trabalho voluntário poderá aumentar, mas acredita que nunca se chegará a uma totalidade de postos de trabalho assente em voluntariado.
Por isso, o orador defende que este tipo de instituições deve ter trabalho feito por profissionais remunerados, complementado com voluntariado.  O convidado informou ainda que hoje em dia a tendência é de compensar os voluntários nas suas despesas, mas tal medida tem-se tornado inviável para as associações para as quais prestam serviços.
Acácio Catarino deixou ainda como sugestão que, tendo em conta a situação actual, fosse criado um grupo de voluntários em todas as freguesias, que integrasse elementos das várias localidades que as compõem.
Estes grupos teriam como actividade um primeiro contacto com as pessoas em situação de necessidade e a mediação da associação perante a junta de freguesia ou paróquia. “Se hoje tivéssemos uma rede de voluntários em todas as freguesias teríamos um levantamento das necessidades actualizado”, justificou.
A Junta das Gaeiras é uma das poucas que tem em funcionamento a comissão social de freguesias, que reúne duas vezes por ano. Embora a legislação que as prevê remonte a 1997, apenas 200 concelhos criaram estas comissões.
Também a nível concelhio, e resultado do programa Óbidos Voluntário, há a intenção de criar uma associação de voluntários do concelho. “O objectivo é o de reforçar o voluntariado numa altura em que é mais preciso”, afirmou Sílvia Saramago, responsável do Centro de Intervenção Social.

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O maior empregador da malha urbana da freguesia

A associação “O Socorro” Gaeirense é actualmente o maior empregador da malha urbana da freguesia, com 16 funcionários. Possui uma creche com capacidade para 35 crianças, um centro de dia com 18 utentes e presta apoio domiciliário a 11 pessoas. Necessitam agora de uma nova cozinha para garantir a resposta aos crescentes pedidos para as valências da creche e do apoio domiciliário.
“O Socorro” conta ainda com um grupo de voluntários que todos os anos participa nas tasquinhas das Gaeiras e no Mercado Medieval de Óbidos. “Agradecemos todas as ajudas que possam vir”, disse o presidente da associação, Luís Coito, dando nota que existe também um massagista que, voluntariamente, trata dos utentes.
Também presente no evento, o vereador da Câmara de Óbidos com a pasta da gestão financeira, Humberto Marques, assumiu o compromisso de ajudar a construção da nova cozinha quando a associação lhes apresentar o projecto.
Nesta cerimónia foram ainda homenageados os cinco fundadores da associação.

 

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