Numa década de intercâmbios internacionais, a Escola Técnica e Empresarial do Oeste já permitiu uma experiência profissional no estrangeiro a 138 alunos, 26 professores e quatro funcionários. A escola, que vê esta internacionalização dos seus estudantes como uma mais valia, irá promover este ano 16 intercâmbios em Fevereiro, e cinco entre Julho e Agosto, em Espanha e no Reino Unido.
No passado dia 10 de Outubro, a ETEO assinalou o Erasmus Day com informação sobre estes intercâmbios e a partilha de experiências por parte de antigos alunos.

Sentiram saudades de casa, perderam-se na cidade, não tiveram vontade de regressar no primeiro avião e não voltaram à cidade onde fizeram Erasmus, mas algumas gostariam de o fazer, até para trabalhar. Beatriz Horta, Carolina Caeiro, Laura Delgado e Paula Carreira, partilharam com uma vasta plateia a sua experiência num país estrangeiro. Às preocupações iniciais de fazer a comida, tratar da roupa e gerir todas essas tarefas domésticas, sobrepôs-se a aventura e a mais valia em termos de currículo que estas experiências profissionais lhes proporcionaram.
Paula Carreira, que esteve durante um mês e meio em Barcelona, explicou que houve empresas que depois lhe perguntaram pelo seu intercâmbio. “Sinto que teve peso na fase de entrevista e depois, também ao nível da selecção”, disse.
Filomena Rodrigues, presidente da direcção da ETEO, dá mesmo o exemplo de uma aluna da escola em que a participação num intercâmbio internacional foi factor de desempate numa procura de emprego. “Concorreu e foi selecionada juntamente com outra pessoa e o facto dela ter um certificado da Europass desempatou a favor dela”, especificou.
Há mais de uma década que esta escola aposta na mobilidade dos seus alunos, participando em vários programa europeus, como o Leonardo da Vinci e o Erasmus. Durante este período já integraram os programas 138 alunos, dos quais 15 após a conclusão do curso. Foram também abrangidos 26 professores e quatro elementos da escola, que obtiveram formação noutras escolas europeias parceiras. A duração das mobilidades começou por ser de quatro semanas e actualmente é de seis semanas. Para os que vão após a conclusão do curso, a duração é de quatro meses.
Este ano lectivo há a possibilidade de 16 alunos que frequentam o 12º ano irem para Espanha e Reino Unido, em Fevereiro. Depois partirão mais cinco, em finais de Julho.
Profissionalismo dos alunos
Filomena Rodrigues considera que a participação no programa Erasmus é “extremamente importante”, destacando que o ensino tem que transpor as fronteiras do país. Realça que nas auditorias são sempre questionados sobre quais os procedimentos que fazem para promover a internacionalização da escola e dos alunos, e destacam-se nesta prática. Prova disso é a distinção de Vet Mobility Charter por parte da Agência Nacional Erasmus Mais, reconhecendo a capacidade da escola para gerir com qualidade estes programas de mobilidade.
A responsável salienta que ir às empresas após os estágios dos alunos permite-lhes avaliar sobre o projecto educativo da escola e de fazer as adaptações que considerarem necessárias. “Tenho tido informações muito gratificantes no que se refere à competência, responsabilidade, profissionalismo, pontualidade e disponibilidade dos alunos”, disse, acrescentando que o facto deles receberem ofertas de emprego das instituições onde estagiaram, mostra esse reconhecimento.
Filomena Rodrigues chamou ainda a atenção dos alunos para o facto de já não haver empregos para a vida. “O que se desenha no futuro mercado de emprego é que haja uma aposta nas competências, pois são elas que vão permitir aos jovens adaptar-se a estes postos diferenciados de trabalho”, explicou.
De acordo com Helena Rodrigues, responsável pelo Gabinete de Estudos, há sempre muitos jovens interessados em participar nos programas de mobilidades regulares. A possibilidade de experiência no estrangeiro é também um incentivo para que os alunos tenham boas notas, tendo em conta que o aproveitamento escolar é um requisito. Espanha é o país preferido por questões linguísticas, enquanto que, por exemplo, para França afiguram-se maiores dificuldades porque a maioria dos alunos não tem a disciplina de Francês na escola. Ainda assim, “nunca ninguém desistiu durante a mobilidade”, realça a docente.
Para que tudo corra bem durante o intercâmbio, há um grande trabalho preparatório. Quando chegam ao destino os alunos já têm local onde morar e empresa ou instituição onde trabalhar. Na primeira semana são também acompanhados por professores.
Para muitos dos jovens esta é também a primeira vez que saem do país e que contactam com uma realidade diferente. “É uma forma de lhes abrir horizontes”, refere Filomena Rodrigues, acrescentando que a escola também disponibiliza outros intercâmbios e visitas de estudo internacionais, como à Feira de Turismo de Madrid ou ao Parlamento Europeu.
Tendo em conta que o programa Erasmus é um instrumento para desenvolvimento das competências, a ETEO foi convidada a participar num projecto piloto para avaliação das competências básicas dos alunos do ensino profissional.































