“O país e os portugueses contarão de novo com o Exército para auxiliar a ultrapassar este momento que o país vive, sendo sempre uma parte da solução e nunca um problema”, afirmou o sargento-ajudante Joaquim Oliveira da Silva, a 11 de Novembro, na aula inaugural proferida na cerimónia que marca a abertura oficial do ano lectivo de 2011/2012 da Escola de Sargentos do Exército (ESE).
Esta declaração foi feita dois dias depois da polémica entrevista de Otelo Saraiva de Carvalho à agência Lusa, em que este militar de Abril afirmou que “para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o governo”.
Na sua alocução, o sargento-ajudante Oliveira da Silva lembrou que o exército português esteve sempre disponível “quando Portugal esteve em situações críticas extremas, colaborando na criação da nossa identidade como povo e nação, e garantindo a sua liberdade e independência”.
A aula inaugural deste ano foi dedicada ao “papel do Exército na construção da nação”, onde o também professor de História fez uma retrospectiva dos militares e da forma como estes estiveram sempre ligados ao desenvolvimento de Portugal.
Antes desta aula, o comandante da ESE, Alves de Oliveira, sublinhou que a História serve “para lembrar às pessoas os acontecimentos que não devem ser esquecidos, inspirá-las para a razão e proporcionar momentos de reflexão sobre o sentido da vida”.
Esta cerimónia assinalou também o final do 36º Curso de Formação de Sargentos (CFS) do Serviço de Saúde e do 38º CFS das Armas e Serviços, cujos militares ingressam agora no quadro permanente do Exército.
Com a presença do tenente general Francisco António Correia, comandante da Instrução e Doutrina, o evento contou ainda com a entrega de prémios aos sargentos melhores classificados e dos diplomas de final de curso.
Aumentou a procura no acesso ao CFS
No ano lectivo que agora terminou 140 alunos concluíram com aproveitamento o 1º ano do 39º CFS, que corresponde a 96% dos ingressos na escola. Este curso inclui três militares de Moçambique, um de Timor-Leste e outro de São Tomé e Príncipe. Todos seguem agora para a segunda fase do curso nas escolas das especialidades.
Foram ainda ministrados os 1º e 2º cursos de promoção a sargento-ajudante, a um total de 194 militares, e o 22º curso de promoção a sargento-chefe a 85 militares.
Este ano participaram no concurso de admissão ao 40º CFS 1281 candidatos (o maior número dos últimos 12 anos) para 133 vagas. Foram admitidos 125 instruendos para os diversos agrupamentos de Amas e Serviços, sete para a área da Enfermagem e um para a área da Veterinária. Os sete licenciados da área da Enfermagem estão a frequentar o 1º estágio técnico-militar da ESE.
Realizaram ainda várias formações orientadas para a liderança de pequenos grupos, uma área na qual a escola pretende ser “um pólo formativo de excelência”, como salientou o comandante da ESE.
No passado ano lectivo foi ainda criada uma sala polivalente para o desenvolvimento das áreas das tecnologias de informação e língua inglesa.
A escola de sargentos continua também o seu trabalho de cooperação com Moçambique.
O comandante da ESE sublinhou que têm “rigorosas contingências orçamentais”, mas assumem como desafios questões como a consolidação da reestruturação do curso de formação de sargentos e “a passagem definitiva de uma matriz regimental para um modelo de escola”.






























