Os Geoparques são um conceito lançado em 2001 pela UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Em 2014, 17 Geoparques fundaram a Rede de Geoparques Globais da UNESCO, que em 2021 englobava já 169 geoparques em 44 países, com cerca de metade deles na Europa. Portugal tem neste momento 5 Geoparques mundiais e 3 aspirantes, entre os quais o aspirante Geoparque Oeste.
Segundo a definição da UNESCO, os Geoparques são “áreas geográficas singulares onde locais e paisagens de importância geológica internacional são geridas com base num conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável”.
Cada Geoparque deverá procurar a sua estratégia, num processo bottom-up, partindo das entidades locais e das chamadas “forças vivas da região”, para construir uma ideia de “território”, com identidade geológica, natural e patrimonial própria. A partir daí, deverá lançar-se para uma abordagem holística, em que todos os valores desse território possam contribuir, de forma articulada e harmoniosa, para o desenvolvimento sustentável da região.
Foi neste contexto e com estes objetivos que os municípios de Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Peniche e Torres Vedras assinaram em 2021 um memorando de entendimento que permitirá desenvolver uma candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO, atendendo à reconhecida riqueza paleontológica (com destaque para os dinossauros), mas também ao importante património geológico, paisagístico, natural e cultural do Oeste.
O trabalho desenvolvido até ao momento inclui não só a preparação de um dossier com informação acerca do território e do seu potencial geopatrimonial, geoeducativo e geoturístico, como também a demonstração do seu efetivo funcionamento em diversas áreas. Essas áreas incluem a definição, caracterização e valorização dos Geossítios, a implementação de programas educativos e turísticos, a criação de uma rede de parceiros, entre outras.
Este é, portanto, um projeto inovador e desafiante para os municípios desta região, esperando-se que possa contribuir para o reforço da sua identidade e desenvolvimento sustentável. Contamos com todos, entidades e munícipes, para ajudar a construir este projeto, com os pés assentes no nosso passado, mas olhando sempre para o futuro comum da região e do planeta em que habitamos. ■
































