Núcleo da Refood junta meia centena de voluntários em convívio

Fomentar o contacto e partilha entre os voluntários que trabalham, nos vários turnos e rotas, foi o objetivo do primeiro encontro do núcleo caldense

Muitos dos voluntários do Núcleo das Caldas da Refood conhecem os colegas de turno e de rota, mas não os restantes. E, durante estes dois anos de pandemia, houve pessoas que saíram e outras que se juntaram ao núcleo, que sentiu necessidade de juntar todos num almoço convívio, que decorreu num parque de caravanas, em Tornada, na tarde de 28 de maio. “Esperemos que seja o primeiro de muitos porque é importante as pessoas conhecerem-se umas às outras para se sentirem apoiadas”, afirmou a coordenadora do núcleo caldense, Carla Jesus, à Gazeta das Caldas.
Atualmente a Refood Caldas da Rainha conta com 135 voluntários, que prestam apoio a 53 famílias, abrangendo 144 beneficiários. Entre os voluntários, a sua grande maioria são mulheres, e garantem 76 turnos e 49 rotas para irem recolher os alimentos. Mensalmente disponibilizam 7.318 refeições completas e 6.700 pães e bolos, que se traduz em 10.668 kilogramas de alimentos não desperdiçados. Com o núcleo colaboram 19 fontes de alimento, entre restaurantes, escolas, supermercados, cafés e uma central fruteira.
As necessidades do núcleo vão variando com o tempo e atualmente são precisos mais voluntários porque pretendem, a médio prazo abrir também à terça-feira. O núcleo funcionava cinco dias por semana, mas com a pandemia passou a funcionar às segundas, quartas e sextas-feiras. Desde dezembro passado que também já abrem portas à quinta-feira e, para funcionar mais um dia, precisam de pessoal e também de mais fontes de alimentos (refeições confecionadas).
Carla Jesus, voluntária há cinco anos e meio, acrescenta ainda que além de voluntários (que garantam duas horas no turno ou na rota), precisam também de integrar mais elementos nas equipas de gestão.
Em relação aos necessitados, em abril e maio registaram um “aumento grande” de procura em relação aos meses anteriores, são sobretudo por parte de brasileiros que estão a chegar às Caldas e ainda não têm a vida organizada. “Uma das grandes dificuldades que temos é não conseguirmos acolher todos os que precisam da nossa ajuda”, reconhece a coordenadora do núcleo, acrescentando que todos quantos ali se dirigem preenchem uma ficha de pré seleção e, nesse mesmo dia, levam um cabaz de emergência. Depois o núcleo avalia se pode ou não integrar essa família, numa gestão que vai sendo feita semanalmente.
O Núcleo das Caldas da Refood começou a funcionar em dezembro de 2015 e foi oficialmente inaugurado em janeiro do ano seguinte. Atualmente as suas instalações estão situadas na Rua Teixeira Lopes, nº 1, no Bairro das Morenas. ■