O CCC acolheu, a 29 de Janeiro, a sessão de homenagem do Dia do Professor. Este ano, a homenageada foi Teresa Ferro, docente da EB do Campo ao longo dos últimos 12 anos e que, na verdade, ainda tinha vontade de continuar a ensinar o bê-à-bá a mais alunos. Este é sempre um momento de convívio entre docentes de várias gerações e é também altura do pelouro da Educação fazer um balanço e apresentar os seus novos projectos.
O vereador da Educação, Alberto Pereira, afirmou na sessão que vão avançar este ano as obras da requalificação da Escola Básica dos Arneiros e de ampliação das de Tornada e Reguengo da Parada, que representam um investimento de um milhão de euros (com comparticipação de fundos comunitários de 850 mil euros). Seguem-se ainda as requalificações das escolas básicas do Avenal e da Encosta do Sol com investimentos previstos, respectivamente, de 690 mil e 490 mil euros.
A Câmara espera obter este ano o financiamento do Programa “Aluno ao Centro – Caldas da Rainha”, para divulgar conteúdos pedagógicos e ensinar a pesquisá-los, pela internet numa estação móvel (uma carrinha multimédia) “que permita a deslocação a meios e contextos sociais prioritários”, disse o vereador, acrescentando que este projecto vai incluir actividades lúdicas, formativas e explorativas, com um serviço de biblioteca, também digital. Este projecto vai custar 140 mil euros.
A autarquia vai também adaptar uma sala de aula para realizar estimulação multissensorial para alunos portadores de deficiência. O espaço, designado sala Snoezelen, servirá também para a população sénior com problemas do foro neurológico e comportamental. A adaptação terá um custo na ordem dos 80 mil euros e ainda não tem local definido.
Também em 2016 será adquirido um novo autocarro de 55 lugares, num investimento de cerca de 250 mil euros para substituir o actual, que “tem 16 anos e já percorreu mais de um milhão de quilómetros”.
Cabe ainda ao município a abertura de um concurso público para reforçar a colocação de assistentes nos jardins-de-infância, por causa dos muitos pedidos de prolongamento de horário.
Alberto Pereira afirmou ainda que vai ser feita a revisão da Carta Educativa Municipal.
Mandarim, jazz e cartoon nas escolas
Já implementado está o programa educativo @prender.mais-CR, que aposta em aprendizagens para além das previstas nos currículos oficiais do pré-escolar e do 1º ciclo. Este programa inclui inglês e mandarim, voleibol, língua gestual portuguesa, jazz e desenvolvimento da criatividade infantil através do desenho de cartoon.
O controlo da obesidade infantil é também um dos objectivos da autarquia, estando em curso uma parceria com a Unidade de Saúde Familiar Zé Povinho que envolve técnicos de nutrição para ensinar às crianças higiene postural, noções de socorrismo, suporte básico de vida e Yoga. Trata-se de um projecto de 810 mil euros, que já deu origem a um pequeno filme de dez minutos, apresentado durante a sessão e que deu a conhecer como decorrem aquelas actividades, quem as ensina e as aprende.
Desde há vários anos que é a Câmara que garante as deslocações para várias escolas dos alunos do pré-escolar e 1º ciclo, alguns feitos em colaboração com as Juntas de Freguesia. O município providencia o transporte a 1761 alunos, serviço que tem um custo total de cerca de 620 mil euros.
O fornecimento de refeições aos alunos é outra valência camarária, e tem um custo anual de 700 mil euros, abrangendo 357 mil crianças e jovens.
“Por mim, ainda leccionava por mais tempo”
A sessão de homenagem decorreu no pequeno auditório do centro cultural e contou com a actuação da cantora Júlia Valentim, acompanhada à viola por Fernando Lopes. Ambos arrancaram fortes aplausos aos professores que se dedicam a ensinar às novas gerações nas Caldas da Rainha.
Teresa Ferro, a homenageada, ensinou na Escola Básica do Campo durante os últimos 12 anos. “Vim parar às Caldas por acaso”, contou a docente, natural de Moçambique, que antes de vir parar ao Oeste ainda leccionou em Almada, Barreiro, Alentejo e nos Açores.
“Reformei-me por causa do sistema… Estou abrangida por um regime especial”, contou a docente a quem foi permitido reformar-se aos 58 anos, após 37 anos de serviço. Acabou o curso em 1976 e esperou até ao último dia do ano de 2015 para pedir a reforma. Esta veio no mês de Abril e Teresa Ferro continuou como voluntária até ao final do ano lectivo.
“Por minha vontade, leccionava durante mais alguns anos”, confessou a professora, que diz que sente a falta dos seus alunos, mesmo considerando que as últimas gerações lhe saíram “muito irrequietas”. Diz que mais do que professora foi muitas vezes psicóloga e familiar dos seus petizes, que passam demasiadas horas na escola. Agora está a dar apoio a três seniores. Vai às suas casas, conversa leva-as ao médico. “Estou a trabalhar com um outro público e também estou a gostar”, rematou a homenageada.






























