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Uma corrida de touros com seis toureiras (quatro a cavalo e duas apeadas) é a aposta do empresário Rafael Vilhais – novo gestor da Praça de Touros das Caldas da Rainha – para o início da temporada deste ano.
A concessão da Praça a este empresário está prevista por um ano, mas com a perspectiva de se poder prolongar por mais tempo. Rafael Vilhais aposta na qualidade dos touros e dos cartéis que vai apresentar. Para esta temporada estão previstas três corridas.
“Caldas rima com Arte” é o lema que Rafael Vilhais adoptou para a exploração da Praça de Touros das Caldas da Rainha, integrando a tradição caldense não só relativa à arte taurina, como às artes em geral.O empresário ficou este ano com a concessão da praça através do aluguer à Sociedade Alfredo Ovelha, Lda., proprietária do imóvel, numa operação cujo valor não quis revelar. O contrato tem vigência de um ano, mas a vontade de Rafael Vilhais é que possa ser prolongado.
O empresário está a fazer este ano uma aposta forte no mundo da tauromaquia, área que conhece bem. Para além das Caldas, ganhou a exploração das praças de Beja e Salvaterra de Magos. É percursor da feira de Samora Correia e ainda representante (apoderado) em Portugal de cavaleiros como Diego Ventura e Jacobo Botero.
Gerir o tauródromo caldense “era uma ideia que já tinha, mas que ainda não tinha conseguido pôr em prática”, garante. Uma vontade assente na tradição que existe nas Caldas, “sempre com grandes corridas de toiros e excelentes toureiros”, sublinha. Honrar essa tradição passa por garantir a qualidade dos espectáculos. A aposta, para além da qualidade dos cartéis, passam também pelos animais. “São eles o mais importante da festa, por isso queremos ter aqui uma apresentação dos touros digna de praças de primeira categoria”, adianta.
Ter corridas diferenciadas passa já pelo primeiro evento, que estava previsto para este domingo, mas que foi adiado para 12 de Junho. Será uma festa com dedicatória à Rainha D. Leonor com seis toureiras, quatro a cavalo e duas apeadas. A temporada nas Caldas tem nova data tradicional a 15 de Agosto, mas 2016 vai ainda trazer uma terceira data, que ainda está por anunciar.
O novo gestor da praça considera que aquela estrutura tem boas condições, tendo até em conta a sua antiguidade. “Tem sido alvo de algumas remodelações e oferece boas condições tanto para animais como para o público, tem bons acessos e lugares espaçosos”, descreve.
Insolvência da SCAI travou requalificação
Em 2011 foi anunciada a assinatura de um contrato-promessa para a aquisição da Praça de Touros das Caldas pela Sociedade de Construções do Atlântico e Índico (SCAI). Esta empresa anunciou ainda um plano para a total reestruturação daquele edifício. Contudo, a aquisição e o projecto nunca chegaram a avançar, devido ao processo de insolvência da SCAI, iniciado nesse mesmo ano.
Manuel dos Santos, proprietário do edifício através da Sociedade Alfredo Ovelha, Lda., explicou à Gazeta das Caldas que esse contrato não se chegou a concretizar, em virtude de a SCAI “não ter podido assumir as suas obrigações contratuais por ter entrado em processo de insolvência”.
Com o negócio, caiu também o plano de reestruturação da arena caldense, que previa a instalação de lojas, um restaurante, um espaço museológico para exposições itinerantes, melhorias nas bancadas e a cobertura do recinto. Era um projecto no valor de três milhões de euros e que tinha prazo de conclusão de cinco anos.
Manuel dos Santos adianta que, depois deste negócio não se ter concretizado, a Sociedade Alfredo Ovelha tem vindo a fazer cessões de exploração anuais, procurando salvaguardar a qualidade e dignidade dos espectáculos a realizar. “Assim aconteceu o ano passado, com a empresa Derechazos, Lda. e certamente acontecerá este ano com o senhor Rafael Vilhais”, realçou o empresário.
Apesar daquele projecto não se ter concretizado, Manuel dos Santos acrescenta que a Sociedade Alfredo Ovelha “permanece aberta à celebração de acordos e contratos que permitam a requalificação da Praça e o seu melhor aproveitamento como recinto polivalente”.
