O novo director João dos Santos quer abrir ainda mais a escola à cidade e à região | NATACHA NARCISO
João dos Santos tomou posse como director da ESAD na sexta-feira, dia 24 de Junho, na sequência das eleições para aquele cargo que tiveram lugar a 19 de Maio. Simultaneamente tomaram posse como subdirectores os docentes Samuel Rama e João Mateus. Mas, mais uma vez, o candidato António Delgado (que só obteve três votos em 10) voltou a impugnar o acto eleitoral, tal como já havia feito por duas vezes em eleições anteriores, durante os quais tem interposto vários recursos em batalhas judiciais que parecem não ter fim.
Nuno Mangas diz que seria importante “responsabilizar” quem tem tentado insistentemente impugnar as eleições na ESAD | NATACHA NARCISO
É a terceira vez que António Delgado, professor de Artes Plásticas, natural e residente em Alcobaça, procura impugnar o acto eleitoral para o qual também concorreu. Fê-lo em 2014 e conseguiu que o acto fosse repetido no ano seguinte, já que um dos outros candidatos era também membro do Conselho de Representantes. O acto repetiu-se em 2015, tendo Rodrigo Silva voltado a ganhar e Delgado voltou a impugnar. Agora, chegados a 2016, o mesmo candidato – que obteve três votos em dez -, volta a impugnar a eleição. As razões aludidas são quase sempre de ordem processual. Mas o próprio optou por não responder às questões da Gazeta das Caldas, remetendo qualquer resposta para os seus advogados. Agora é representado pelo Gabinete de Advogados Garcia Pereira, junto de quem Gazeta das Caldasprocurou obter esclarecimentos sobre esta situação. Mas até à hora de fecho desta edição, não obteve respostas.
Questionado sobre a impugnação de António Delgado, o novo director, João dos Santos, escusou-se a comentar. Por sua vez, Nuno Mangas, presidente do IPL, disse que o processo agora intentado não tem efeitos suspensivos, pelo que a tomada de posse foi marcada e teve lugar a 24 de Junho.
O presidente do IPL diz que o facto de impugnar eleições ser uma atitude recorrente por parte de António Delgado “cria um clima de suspeição e não contribui para o bom nome da Escola nem da sua direcção” nem de todos os profissionais e alunos da ESAD. “Felizmente, em regra, as decisões dos tribunais têm demonstrado que aquelas acusações são infundadas e a ESAD.CR tem argumentos sérios em matéria científica, pedagógica e artística que lhe permitem ultrapassar estas situações sem grandes prejuízos”, afirmou.
No entanto, há sempre alguns prejuízos e por isso Nuno Mangas diz que “seria importante também responsabilizar quem os promove, em especial sendo provado, como tem sido, que os motivos são infundados”.
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AS PRIORIDADES DE JOÃO SANTOS
A tomada de posse do novo director decorreu sem incidentes. João Santos definiu como prioridades o estabelecimento das condições necessárias para o arranque do ano lectivo. Referiu que está em curso o processo de acreditação dos cursos da ESAD e ainda da qualificação do seu corpo docente. A nova direcção vai dar atenção ao segundo ciclo de estudos, estudando a possibilidade de abrir mais mestrados na escola de artes caldense.
O novo director – que foi também coordenador do centro de investigação LIDA (Laboratório de Investigação em Design e Artes) – disse aos jornalistas que esta unidade vai trabalhar em conjunto com outras centros de investigação do IPL. Quer também apostar em novos equipamentos para a escola nas áreas de áudio e de vídeo e ainda tecnologias digitais.
João dos Santos gostaria também de criar na ESAD uma galeria interdisciplinar que junte as disciplinas onde se possa mostrar tudo o que se produz. “Seria um espaço no exterior, que permitisse aos alunos usufruir de uma pequena oficina”, afirmou.
Considera ainda que a ESAD tem com as Caldas uma relação informal forte que é estabelecida através dos alunos e uma outra, formal, através da realização de eventos, como a Molda, que fazem parte da Festa da Cerâmica e permitem maiores interacções entre todos. “Acho que a ligação entre a escola, a cidade e a região poderá ter um papel mais relevante”, disse o novo director que escolheu os docentes Samuel Rama (que foi director interino nos últimos dois meses e é ex-aluno da ESAD) e o caldense João Mateus, ambos doutorados pela Universidade de Valência, como seus sub-directores.