O novo comandante da PSP das Caldas da Rainha, Nuno Carocha, quer uma maior visibilidade dos agentes nas ruas da cidade de forma a transmitir um sentimento de maior segurança às pessoas.
Na sua opinião, tendo em conta a sua experiência como morador nas Caldas, “a cidade está mais segura” do que há cerca de sete anos quando esteve colocado nesta esquadra.
Embora compreenda que exista um sentimento de insegurança, considera que isso acontece porque não se trata de uma comunidade muito grande. “Quando alguém sabe que um seu vizinho ou conhecido sofreu determinada tipo de ilício, isso cria insegurança”, referiu.
Para que também possa haver mais agentes na rua, o novo comandante quer tornar os processos burocráticos mais ágeis, ganhando em eficácia. “Estamos a repensar a estrutura administrativa no sentido de esta ser emagrecida, continuando eficaz, para que possamos ter menos pessoas nesta área e ter mais agentes disponíveis para garantir a segurança pública”, explicou.
Mesmo quando há casos de roubos como o que aconteceu na ESAD a 7 de Novembro, em que quatro alunos foram agredidos e assaltados, Nuno Carocha entende que se trata “de um episódio isolado”.
O comandante quer que as pessoas apresentem sempre queixa se forem assaltadas “independentemente dos valores envolvidos”. Isto porque precisam de todas as informações possíveis e ter forma de justificar perante o tribunal as propostas de intervenção para as investigações necessárias.
“Tem que haver uma grande proximidade entre a população e a PSP”, defende. Considera também importante que as pessoas contactem a polícia quando detectem situações mais estranhas. Esse comportamento pode contribuir para que não exista nenhum sentimento de impunidade por parte de alguns meliantes.
Um regresso às Caldas
Em entrevista à Gazeta das Caldas, Nuno Carocha confessa que ficou muito satisfeito por regressar à esquadra das Caldas da Rainha, onde esteve entre 2002 a 2006. Desde essa altura que Nuno Carocha estabeleceu residência nas Caldas com a sua família. “É uma cidade ao qual já sinto pertencer”, comentou. Daí acalentar há algum tempo o desejo de vir comandar esta secção da PSP.
Depois de ter estado a comandar a esquadra da PSP das Caldas foi colocado, em 2006, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, seguindo depois para a direcção nacional da PSP e, nos últimos dois anos, esteve no comandando distrital de Leiria.
Desta vez está a comandar a divisão das Caldas da Rainha, tendo a seu cargo também a coordenação das esquadras de Alcobaça, Nazaré e Peniche.
A principal diferença que veio encontrar no seu regresso às Caldas foram as instalações novas. Nuno Carocha ainda trabalhou na esquadra antiga, no topo da praça da República, e, depois, nas instalações provisórias no edifício onde agora funciona a junta de freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.
“A localização da antiga esquadra era excepcional, por ser muito central para o contacto com o público, mas com muitos problemas. Agora estamos em instalações óptimas que foram pensadas para este fim”, salientou. Outra diferença que notou, foi num maior uso da tecnologia por parte dos agentes, nomeadamente das ferramentas de tecnologias de gestão operacional.
Embora na altura da entrevista, realizada a 16 de Novembro, ainda estivesse a inteirar-se da actual situação nas Caldas da Rainha, considera que há alguns problemas que foram entretanto resolvidos. Nomeadamente, a existência de muitos edifícios abandonados que estavam a ser utilizados para servirem de abrigo para potenciais delinquentes.
Há cerca de oito anos, Nuno Carocha foi o responsável por um levantamento dos edifícios abandonados na cidade, tendo alertado nessa altura a Câmara Municipal para o facto de estes estarem a ser utilizados como refúgio por toxicodependentes e alegados criminosos.
Quanto aos arrumadores de automóveis, que foram alvo de várias operações de erradicação coordenadas por Nuno Carocha, o novo comandante da PSP considera também que a situação melhorou. “Há uns anos atrás nós eramos constantemente ‘inundados’ com queixas e denúncias da população de que os arrumadores eram agressivos. O que agora não se tem verificado”, disse. Na sua opinião, também há agora menos arrumadores.
Questionado sobre o facto de existirem arrumadores de automóveis no parque de estacionamento ao lado da esquadra da PSP, respondeu que é “uma actividade próxima da mendicidade e que, em si mesmo, não é um ilícito”. Só será caso de polícia se houver ameaças ou danos nos veículos.
Nuno Carocha garante que acompanham estes casos e até revelou que recentemente foram detidos dois arrumadores que estavam ilegalmente em Portugal, tendo sido entregues ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt






























