Desde Junho que o serviço de Ginecologia passou a estar fisicamente separado da ala de Obstetrícia, que agora está em pisos diferentes do hospital caldense, proporcionando um aumento do conforto e da privacidade durante o internamento hospitalar. Os quartos da Ortopedia foram aproveitados para instalar o internamento da Ginecologia. No entanto, continuam a ser feitas consultas externas de Ortopedia também no Hospital das Caldas.
A concentração do internamento do serviço de Ortopedia do CHO no Hospital de Torres Vedras permitiu a criação de uma nova ala para a Ginecologia e a mudança das instalações da Pediatria no Hospital das Caldas da Rainha.
As alterações no Hospital das Caldas foram apresentadas aos jornalistas a 11 de Outubro, numa visita guiada pelo presidente do Conselho de Administração do CHO, Carlos Sá.
A nova ala de Ginecologia possui 13 camas, e o investimento na transformação e melhoramento das condições para os utentes foi de 76 mil euros. Com esta alteração, a Obstetrícia passou de 23 para 27 camas. No total, o serviço de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Caldas tem agora 40 camas.
Segundo o director do Serviço de Ginecologia, Jorge Ribeiro, estas alterações eram esperadas há vários anos. O aumento da esperança de vida das mulheres tem feito com que cada vez mais a área da Ginecologia se sobreponha à da maternidade. “Temos sempre feito pressão para tentar individualizar o internamento desta área, de modo a terem mais privacidade durante o seu tratamento. Era muito aborrecido ter senhoras em pós-operatório a serem bombardeadas com o choro de bebés” e outros ruídos normais numa maternidade.
Este serviço tem uma taxa de ocupação de cerca de 60 a 70%. Um número que só não é superior porque, segundo Jorge Ribeiro, não existem anestesistas suficientes para realizarem todas as intervenções cirúrgicas necessárias. Mesmo assim, a lista de espera para cirurgias na área da Ginecologia é inferior a dois meses. Onde há um maior período de espera é para as consultas por causa da saída de vários profissionais, devido a aposentações e outros motivos.
O serviço tem 12 médicos e seriam necessários pelo menos 21 profissionais para garantir os melhores cuidados.
Consultas de Pediatria em novo local
Os gabinetes das consultas de Pediatria estão, desde 7 de Outubro, junto ao Serviço de Admissão de Doentes da Consulta Externa do Hospital das Caldas. Segundo Filomena Rebelo, responsável pelo sector da Consulta Externa do serviço de Pediatria, esta mudança também proporciona melhores condições aos utentes e fica num local mais acessível.
Filomena Rebelo deixou, no entanto, um alerta para a necessidade de se fazerem alterações na neonatologia (onde ficam os bebés recém-nascidos). “As condições são muito más, o espaço é muito pequeno”, principalmente tendo em conta o aumento de atendimento de grávidas, com a concentração do serviço nas Caldas. A principal questão é a necessária “separação entre os bebés infectados e os não-infectados e os prematuros”.
Carlos Sá esclareceu que este é um problema antigo e que a taxa de ocupação de berços nunca é de 100%. “Temos é que melhorar o espaço alocado à neonatalogia e estamos a trabalhar nisso”, disse. Existe um projecto mais abrangente, envolvendo mais áreas, que está à espera de autorização da tutela. “O problema é que não há espaços disponíveis, tal como acontece no Hospital de Torres Vedras, e temos que ‘inventar’ espaços”, ou seja, realocando o que existe, tal como aconteceu com a Ginecologia e a Pediatria.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Horários mais alargados
O presidente do CHO, Carlos Sá, anunciou aos jornalistas que em Outubro iniciaram um processo de reorganização dos horários de funcionamento de todos os serviços do centro hospitalar, que permitirão “aumentar a capacidade de resposta” do hospital.
Uma reorganização que aproveita o aumento do horário da função pública para as 40 horas e que vai possibilitar realizar consultas todos os dias. Carlos Sá quer também que o bloco operatório passe a funcionar sempre de manhã e de tarde, mas para isso é necessário contratar mais médicos anestesistas. Já foram abertos concursos de contratação, mas estes normalmente não têm interessados. “Este ano temos a expectativa de conseguirmos, pelo menos, preencher uma das duas vagas abertas”, disse Carlos Sá.
Segundo o director do CHO, apenas em Dermatologia e Oftalmologia é que há uma grande lista de espera para as consultas externas, principalmente porque há muita procura e poucos médicos. Para suprir essas carências vão ser abertas vagas para estas especialidades.
O aumento do horário da função pública e a reorganização do centro hospitalar poderá levar também ao despedimento de alguns enfermeiros no CHO, mas Carlos Sá não quis, para já, fazer comentários sobre esta possibilidade.
P.A.





























