Nova direcção do Colégio Rainha D. Leonor não quer clubes a treinar no seu pavilhão gimnodesportivo

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gimnodesportivoA pedido do director do Colégio Rainha D. Leonor, António Calvete, a Câmara das Caldas retirou as quatro equipas de dois clubes caldenses que treinavam no pavilhão daquela escola e redistribui-os por outros espaços desportivos. Nem o Colégio nem a autarquia esclareceram bem o que aconteceu.

Tudo começou na tarde de domingo do passado dia 6 de Setembro. A equipa sénior masculina Núcleo Desportivo Amigos dos Vidais Futsal estava a treinar no pavilhão do Colégio Rainha D. Leonor quando um indivíduo se aproxima e pergunta o que faziam os atletas ali.
Os dirigentes do clube estranharam a pergunta. Afinal já no ano passado que o Vidais Futsal treinava no Colégio Rainha D. Leonor devidamente autorizado pela Câmara Municipal ao abrigo de um suposto protocolo com aquele estabelecimento de ensino. O clube tinha as chaves da escola e do pavilhão, o código do alarme, e tudo decorrera normalmente.
De resto, também as júniores femininos do NDA Amigos dos Vidais ali treinavam. E também a Casa da Benfica ali fazia deslocar as equipas de juniores e juvenis de futsal.
O certo é que o indivíduo em questão se identificou como o dono do Colégio Rainha D. Leonor. E mais conversa não houve.
Só que, uma semana depois, o clube dos Vidais e a Casa do Benfica eram informados pela Câmara que não poderiam treinar mais no colégio e que deveriam fazê-lo no pavilhão da Escola D. João II (os juniores) e no Pavilhão Rainha D. Leonor (seniores). A mesma decisão foi tomada também para os juniores e seniores da Casa do Benfica. Motivo: a nova direcção do Colégio Rainha D. Leonor não queria lá mais clubes a treinar.
Gazeta das Caldas enviou na passada terça-feira de manhã perguntas ao vereador da Educação e do Desporto, Alberto Pereira, a fim de esclarecer o que se passou, mas este não respondeu. Contudo, à margem do jogo de Voleibol entre o Sporting das Caldas e o Sport Lisboa e Benfica que decorreu no Pavilhão Rainha D. Leonor na passada terça-feira à noite, o vereador disse que “o Colégio transmitiu-nos que precisava do espaço” e, portanto, a Câmara tratou de encontrar outra localização para os clubes.
Alberto Pereira disse ainda que o acordo que existia com o Colégio  “era verbal” e que “não envolvia verbas”.  Uma situação que não acontece com outras escolas das Caldas da Rainha em que existe um protocolo que permite aos clubes caldenses treinarem nos seus pavilhões, havendo mesmo uma contrapartida da Câmara por essa disponibilidade.
No caso do Colégio Rainha D. Leonor, o vereador disse que os alunos deste estabelecimento vão continuar a utilizar os espaços municipais, tal como todos os caldenses podem fazer.
Umas horas antes, a responsável pela comunicação da Câmara Municipal dissera ao nosso jornal que “o acordo [entre o município e o Colégio] deixou de fazer sentido para ambas as partes” e que houve “um acordo de troca de espaços”.
Gazeta das Caldas tentou falar com a direcção do Colégio Rainha D. Leonor e mandou perguntas por escrito, mas não obteve resposta.
No espaço de nove meses o Colégio Rainha D. Leonor perdeu duas figuras de topo da sua direcção – Tânia Galeão e Paula Rente – que foram assumir funções no Instituto Educativo do Juncal (Alcobaça).
Também sobre esse assunto, o Colégio não respondeu às perguntas da Gazeta das Caldas, tendo o nosso jornal recebido um e-mail da agência de comunicação Midland que, contudo, também nada esclarecia.
Em declarações ao nosso colega Jornal das Caldas, a ex-directora do Colégio Rainha D. Leonor, Paula Rente, explicou que saiu daquela instituição por a administração querer seguir um novo rumo com o qual discordava. Gazeta das Caldas, no entanto, apurou que a ex-directora foi forçada a demitir-se.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt

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José Campos
desporto@gazetadascaldas.pt

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