Nomeação de administração para a Óbidos Criativa gera polémica

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Assunto motivou discórdia entre as duas forças representadas no executivo municipal

Vereadores do PS criticaram falta de experiência profissional. PSD respondeu com percurso associativo

Na última sessão de Câmara da autarquia de Óbidos foram propostos os nomes para o Conselho de Administração da Óbidos Criativa. O PSD propôs Ricardo Duque para diretor executivo, Paulo Santos e Margarida Reis como vogais, mas a proposta mereceu críticas da oposição socialista.
Ana Sousa (PS) salientou que está a ser escolhido para diretor executivo um presidente de Junta, que tem um lugar na Assembleia Municipal. “Como é que se compatibiliza a manutenção dele?”, questionou, ao que o presidente da Câmara, Filipe Daniel, explicou que Ricardo Duque não votará em matérias em que exista conflito e que não terá de abandonar a Assembleia Municipal, porque se trata de uma nomeação posterior à eleição. Acresce que o presidente de Junta das Gaeiras exerce em regime de não permanência.
Ana Sousa questionou se o cargo de diretor executivo não exigia exclusividade e defendeu que o assunto deveria ser melhor fundamentado. “Não me sinto nada tranquila”, referiu. “Estranho que o diretor executivo de uma empresa municipal que está a atravessar os problemas que esta está, apresente apenas como experiência profissional três anos como membro do anterior secretariado da vereação”, afirmou, deixando também as suas dúvidas quanto às garantias da capacidade para o cargo quando o atual diretor executivo, que tem formação na área da gestão, sentiu as dificuldades que estão plasmadas no relatório da empresa municipal. “Nenhum dos elementos tem experiência na gestão de empresas”, alertou.
Para Paulo Gonçalves parece “haver uma confusão na natureza dos cargos, para o gabinete pessoal o presidente escolhe quem quer”. Disse ainda que “a proposta está escassamente fundamentada” e não vê “o cumprimento do mérito profissional”. Acrescentou que se trata de um presidente de Junta, “presidente da JSD e de uma associação que gere espaços públicos que foram cedidos pela Óbidos Criativa”, mas Filipe Daniel frisou que se trata de um trabalho de equipa e salientou a criatividade e capacidade mobilizadora da pessoa escolhida, mas também a experiência e resultados obtidos a nível associativo. “Estar ligado a uma juventude partidária não pode beliscar o trabalho que tem feito”, salientou.
A proposta teve três votos a favor, dois contra e uma abstenção. Ou seja, tendo em conta que Margarida Reis, do PSD, não votou, houve um vereador do PS que não votou contra, sendo que a maioria qualificada estaria “sempre” garantida para o PSD. ■

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