O presidente do Nazarenos, João Zarro, o clube e dois empresários sul-americanos vão responder, no Tribunal de Leiria, pela prática de 17 crimes de tráfico de pessoas e auxílio à emigração ilegal.
O caso foi tornado público em março de 2019, quando o SEF desencadeou a operação “Fair Play”, em clubes de Leiria e Vila Real, levando a várias detenções, entre as quais do empresário brasileiro Mauriti Cardoso, que, no ano anterior, se apresentou ao lado de Edmilson, com o objetivo de guiar o Nazarenos, que competia nos distritais, ao topo do futebol nacional. O antigo campeão no FC Porto e Sporting cedo se afastou e o projeto durou poucos meses, com os jogadores a serem abandonados e sem direito a alimentação e estadia.
Na sequência da divulgação do caso, o Nazarenos providenciou o sustento dos atletas, procurando garantir condições mínimas de subsistência e, em comunicado, garantiu que nem o clube, nem qualquer membro da Direção “fazem ou fizeram parte de um esquema de tráfico de seres humanos”, nunca prometeram “fosse o que fosse a qualquer atleta estrangeiro” e nunca receberam, “dos atletas, dos seus familiares ou de quaisquer representantes seus, qualquer quantia monetária ou qualquer outro tipo de vantagem económica”.
Porém, segundo o despacho de acusação, revelado na semana passada, os arguidos tentaram “obter proveitos económicos” através do aliciamento de jogadores de “nacionalidade brasileira e peruana que pretendessem jogar futebol, a nível profissional, na Europa”, a quem eram prometidas oportunidades em clubes de topo. Os atletas nunca foram ressarcidos das verbas que pagaram.
Ainda não há data para o início do julgamento. ■
Nazaré: Nazarenos responde por tráfico de seres humanos
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