“Não Navega. Cavalga” atrai dezenas de pessoas

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Mostra “Não Navega. Cavalga”, reúne obras de mais de 30 artistas e ficará patente na Galeria do CCC até 28 de dezembro

Exposição integra programa das comemorações do centenário da Gazeta das Caldas e dá a conhecer obras de diversos artistas

Dezenas de pessoas marcaram presença na inauguração da exposição “Não Navega. Cavalga”, na tarde do passado sábado, 15 de novembro, na Galeria do CCC.
A mostra, da autoria de Pedro Bernardo e João Belga, inclui obras de um total de mais de 30 artistas.

A temática central são os 100 anos da Volta a Portugal a Cavalo, que foi recriada por Pedro Bernardo e João Belga, agora numa carrinha. Uma das áreas da exposição é, precisamente, uma zona que pretende demonstrar como era a carrinha. Nesse sentido, há música ambiente, a madeira forra as paredes e os recortes, documentos e outros forram a madeira. Há uma vitrine, onde vemos o diário escrito pelo jornalista Oldemiro César em 1925, mas também as lembranças que a Volta de 2025 trouxe (como medalhas), a taça e a cigarreira de Rogério Tavares, entre outros objetos. Esta é uma zona mais documental da mostra, cujo título tem origem num poema de Mário Cesariny. No entanto, é também aqui que encontramos um ecrã a transmitir imagens criadas por I.A. para ilustrar a volta.

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Na Galeria do CCC vemos, por exemplo, a cabeça de um cavalo pertencente ao Museu Joaquim Alves, mas também estátuas com cavalos que vieram do Museu José Malhoa (de Francisco Franco) e do Museu Leopoldo de Almeida (esta, de D. Nuno Álvares Pereira, por ser um herói nacional, como José Tanganho foi representado após a sua vitória no circuito hípico). Nesta exposição, que ficará patente até ao dia 28 de dezembro, há, ainda, para apreciar diversas pinturas, com diferentes estilos artísticos.

Mário Branquinho, diretor do CCC, agradeceu aos autores pela “valorização da história e do património cultural da cidade” e frisou que “as terras valem pelas pessoas que têm e uma terra que tem pessoas como Carlos Querido que nos proporcionou este trabalho e, nos últimos tempos, os suplementos sobre a história das Caldas, é um contributo valiosíssimo, com o suplemento sobre os cem anos da Gazeta das Caldas e a biografia de Luiz Pacheco”.

Carlos Querido, da comissão do Centenário da Gazeta das Caldas recordou que no ano de 1925 nasceu este jornal com100 anos e que “nos 308 concelhos de Portugal há poucos que se possam orgulhar de ter um jornal com 100 anos de idade, é notável”. No mesmo ano foi criada a Soc. Filarmónica das Gaeiras, a Casa do Pão de Ló de Alfeizerão, nasceu o padre José da Felicidade Alves e o cavaleiro José Tanganho venceu o circuito. “Nas comemorações do seu centenário, a Gazeta das Caldas não esquece estes centenários, estas histórias seculares”.

Sobre Tanganho, afirmou que os heróis têm sempre uma causa e personificam “os valores de uma época, de uma cultura e de uma comunidade” e destacou a relação entre cavaleiro e cavalo, que permitiu a vitória, numa prova em que 10 cavalos morreram de exaustão. Carlos Querido salientou a dose de loucura que levou Tanganho à Volta em 1925, mas também Pedro Bernardo a recriá-la um século depois. “Há que realçar aqui o papel do João Belga, a generosidade infinita na entrega a este projeto”, afirmou, destacando o trabalho que realizou nesta viagem. No final deixou ainda um agradecimento a José Mota e Manuela Sábio, recordando que a Gazeta das Caldas “não tinha recursos” para este projeto, até se “abrir uma porta de par em par”, frisando a generosidade deste casal de empresários.
Por sua vez, José Luís Almeida, da direção da Cooperativa Editorial Caldense, também agradeceu a todos e chamou a atenção para as dificuldades que a comunicação social local e regional vive. “Acreditamos no futuro, porque temos que salvaguardar todos os que contribuíram para que a Gazeta chegasse aos 100 anos e temos que os honrar, mas preocupa-nos o futuro, no entanto, não viramos a cara a alguns desafios que nos são apresentados, como este”, afirmou, contando que as comemorações se irão estender até outubro de 2026.

Pedro Bernardo agradeceu a Carlos Querido, à Gazeta das Caldas, ao município, ao CCC, a José Mota e a João Belga. “Tudo o que fiz, nada foi sozinho”, afirmou. Sobre a exposição, o objetivo era mostrar a Volta, a figura de José Tanganho, mas também o universo da Casa Bernardo. “Não queria, ou não conseguiria, fazer uma exposição documental” e “não criar um certo imaginário” e sempre quis que fosse “além de José Tanganho”. A exposição tem obras de pessoas com quem Pedro Bernardo cresceu, mas também artistas que não conhecia, mas foram selecionados pelo seu trabalho, como Miguel Branco ou Eurico Lino do Vale.

O presidente da Câmara, Vítor Marques, notou a presença de muita gente nesta inauguração e recordou a viagem de burro pela freguesia realizada pelos dois autores há uns anos. Já o empresário José Mota destacou o livro de Mário Lino.

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