MVC é uma ponte entre quem dá e quem precisa

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“Há sempre alguém que empresta uma carrinha e quem vai ajudar a descarregar. A maioria dos beneficiados não tem transporte para o que o que precisa”

A associação MVC serve de elo entre quem quer doar bens que e aqueles que pouco ou nada têm…Providencia transporte e faz-lhes chegar o que
precisam. Foi prestado auxílio a mais de 50 famílias

O Movimento Viver o Concelho (MVC) fez recentemente várias recolhas de bens que foram distribuídas por famílias carenciadas. Esta associação cívica trabalha regularmente e apoia a associação de Volta a Casa, liderada por Joaquim Sá, sendo esta uma das formas de chegar aos agregados familiares que necessitam de bens essenciais.
Desde que a pandemia se instalou, o grupo de jovens do MVC prontamente se organizou para ajudar as pessoas que ficaram mais fragilizadas por causa da situação pandémica.
Segundo Teresa Serrenho, a presidente do MVC, têm “constatado que há na comunidade muita vontade de ajudar para trabalhar de forma voluntária e também para doar bens”. E tendo notado que há várias pessoas que querem dar e tantas outras que precisam de receber, decidiram “criar um canal de resposta”, o que fazem através do projeto “Fazer Acontecer”.
No fundo, o que o MVC faz é estabelecer a ponte tão necessária entre os dois lados: de quem quer ajudar e de quem precisa, efetivamente, de ajuda.
A associação está apostada em simplificar processos e tem feito recolhas por todo o concelho e oferecido àqueles que nada têm recheios para a cozinha, cobertores, colchões, camas, pratos tachos copos e talheres, num fim de utilidades que são necessárias a qualquer lar.
Teresa Serrenho explicou que, para além das famílias que ainda estão a sofrer as consequências da pandemia, é preciso também apoiar as comunidades de várias nacionalidades que têm chegado à região, que ainda não estão integrados e que precisam de uma ajuda nesta fase de reinício das suas vidas.

Dar sem perguntar a quem
Apesar de muita gente estar disponível para doar e tantos necessitados a precisar das coisas, o MVC auxilia com a questão dos transportes, pois na maioria dos casos, quem precisa nem sequer possui forma de ir buscar as doações.
Porém, entre os voluntários da associação “aparece sempre alguém que tem uma carrinha e que ainda vem ajudar a descarregar…”, conta a presidente, que também arregaça as mangas neste trabalho solidário, acrescentando que ali não se fazem perguntas, não se pede identificação, nem dados pessoais e também não se questiona onde estão a trabalhar. Garantir essa privacidade ajuda a estabelecer e reforçar uma relação de confiança entre as partes.
Desse modo, os voluntários simplesmente entregam os bens que alguém deixou de precisar a quem deles precisa. Entre quem precisa têm passado a palavra e como tal “não faltam pedidos destas pessoas, e muitas são invisíveis à maioria…”.
Alguns dos beneficiários das doações do MVCS não dominam o Português, outros estão ilegais e por isso ficam um pouco fechados entre si.
“Quando surge alguém que se disponibiliza para ajudar, de forma gratuita, os pedidos multiplicam-se”, diz Teresa Serrenho, notando ainda uma outra tendência: há quem compre casas, algumas com delas recheio e que acabam por oferecer esses equipamentos, pois pretendem iniciar um novo ciclo de vida e adquirir novo mobiliário.
“Há muito potencial neste movimento que estamos a acompanhar e, além disso, já há ideias para desenvolver projetos sociais e relacionados com a economia circular”, afirmou a responsável da associação que, com esta ação, já auxiliou cerca de meia centena de famílias.

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Recolhas regressam em janeiro
Até ao final do ano, o MVC não tem condições para efetuar mais recolhas solidárias. Mas a partir de janeiro de 2022, através das suas redes sociais, os responsáveis vão explicar de que forma é que as pessoas poderão colaborar e participar neste tipo de ações de ajuda que visam melhorar o bem-estar daqueles que têm pouco ou quase nada.
A líder da associação alerta que há muita gente com hábitos de consumo exacerbados e que, muitas vezes, seria importante refletir sobre “se temos necessidade de possuir tantas coisas”.
Nas dádivas surgem bens que nunca foram abertos, cheios de plástico e por isso a responsável chama a atenção para que toda a comunidade tenha em conta questões relacionadas com a sustentabilidade e com a economia circular.
A associação MVC já informou as entidade públicas dos seus projetos de cariz solidário e de apoio a quem necessita e muitos são de várias nacionalidades que vieram viver para a região em busca de uma vida melhor. E precisam de auxílio neste recomeço de vida. ■

 

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