
O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, disse no passado dia 13 de Janeiro que os municípios não têm meios nem suporte financeiro para terem bombeiros profissionais nos seus quadros. A ideia foi defendida durante a cerimónia de tomada de posse dos corpos sociais da Liga dos Bombeiros Portugueses, que decorreu no Salão Comandante Henrique Sales, na sede dos bombeiros das Caldas, e que contou com a presença do Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
“O país ainda não tem meios para que os 308 municípios possam ter bombeiros profissionais associados aos respectivos municípios, não há estrutura de financiamento e de meios que o permitam”, defendeu Tinta Ferreira durante a cerimónia.
O autarca diz que o modelo que existe nas Caldas da Rainha funciona e que pode ser replicado. O autarca acredita que deve ser promovido o envolvimento da sociedade civil para a aquisição de meios para as corporações. Já o Estado deverá dar “verdadeiros incentivos ao recrutamento e à formação”. Se tal for uma realidade, “seguramente teremos no país bombeiros capazes e preparados para exercerem eficazmente as suas funções”, sustentou. E deixou a ideia de que as equipas de intervenção permanente não farão sentido em todos os municípios, tendo em conta que, “dentro do seu regime de voluntariado, os bombeiros são muito profissionais e eficazes na sua acção”, realçou.
No entanto, a criação de equipas de intervenção permanente para todos os concelhos de Portugal continental até 2020 foi, precisamente, uma das 10 medidas anunciadas naquela mesma cerimónia pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Este ano serão criadas 40, a somar às 166 já existentes.
Nas Caldas, o ministro prometeu ainda a reforma da escola nacional de bombeiros, de modo a permitir à estrutura concentrar-se na dimensão técnica e científica e com a atribuição de níveis equivalentes aos do ensino profissional. Outra das medidas anunciadas foi a reactivação do projecto do cartão social dos bombeiros ainda na primeira metade deste ano.
Eduardo Cabrita lembrou que o Orçamento de Estado para 2018 vem descongelar o aumento de verbas a atribuir aos bombeiros, prevendo cerca de 53 milhões de euros para investimento, dos quais 10 milhões estão destinados à aquisição de equipamento pessoal para os soldados da paz, e contempla também o aumento das verbas pagas aos bombeiros que vão a teatro de operações superior a 5%. As medidas propostas pelo governo promovem também um maior envolvimento dos bombeiros, através da Liga, nos principais dossiers ligados à Protecção Civil, incluindo a reforma da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e da lei orgânica que a rege.
Depois de ter atacado a ANPC e a de ter questionado a utilidade dos seus inspectores, Jaime Marta Soares, reempossado presidente da Liga, disse estar perante um sinal de abertura do governo “na procura de soluções” para os problemas apontados pela própria Liga.
Dos novos corpos sociais faz parte o caldense António Marques, presidente da Assembleia-geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha.






























