Presidente da OesteCIM revela que entidade vai pedir ao Ministério da Saúde uma intervenção imediata nos Hospitais das Caldas e Torres
A localização do futuro Hospital do Oeste tem causado uma acentuada clivagem entre os presidentes de Câmara do Oeste, mas na última reunião do Conselho Intermunicipal houve unanimidade na decisão de enviar o relatório preliminar do estudo “O Futuro da Política Pública da Saúde do Oeste” ao Ministério da Saúde.
“Obviamente que a escolha da localização do Hospital pertence ao Governo e não é um município que decide a localização de um projeto estruturante para o país, mas se foi unânime contratualizar o estudo, não fazia sentido deixar o estudo na gaveta”, justifica o presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM).
Pedro Folgado revelou à Gazeta que a entidade decidiu pedir uma reunião à ministra Marta Temido, “no sentido de lhe apresentar o estudo” e vai solicitar ao Governo que proceda à cabimentação no Orçamento de Estado (OE) para 2023 de uma verba necessária ao desenvolvimento do projeto, por forma a “dar um sinal claro” de que a obra é para avançar.
“Se, para o Governo, é importante que seja construído o Hospital, então pelo menos que coloque a verba no OE, para confirmar essa intenção”, sublinha o autarca de Alenquer, que classifica, ainda, como “legítimas” as recentes movimentações dos órgãos autárquicos das Caldas da Rainha, que contrariam o resultado do estudo desenvolvido pela Universidade Nova e que aponta a Quinta do Falcão, no Bombarral, como a localização preferencial do equipamento de saúde.
“Respeitamos a posição das Caldas. O que não queremos é que essa posição impeça a construção do Hospital”, salienta Pedro Folgado, que entende que “não tem de haver unanimidade entre os municípios para que haja uma posição” definitiva sobre a localização do hospital, sob pena de isso servir como justificação do Estado para continuar a adiar um investimento reclamado há décadas pela região.
“As maiorias também são democráticas e o que é urgente é a construção de um hospital. Caldas e Óbidos defendem uma localização, mas a diferença de opinião entre os autarcas nunca poderá ser óbice à construção do hospital”, adverte o líder dos autarcas do Oeste, para quem é essencial que, quando houver uma nova unidade de saúde, todos os utentes dos 12 concelhos confluam para o Hospital.
“Havendo a construção de um hospital central no Oeste, então todos os municípios devem versar para esse hospital, independentemente da distância”, nota o socialista, rejeitando, para já, que os concelhos de Rio Maior e Mafra venham a ser abrangidos pelo novo hospital. “Quando pensámos numa solução para a saúde na região, pensámos nos 12 municípios do Oeste. Quando houver hospital, se outros municípios fora da OesteCIM se sentirem desconfortáveis com a situação que têm, devem procurar alternativas”, salienta Pedro Folgado.
Pensar no futuro, agir agora
Entretanto, para além das movimentações em torno do novo hospital, a Comunidade Intermunicipal do Oeste vai aproveitar a reunião com Marta Temido para pedir um olhar atento e um reforço dos meios nos Hospitais das Caldas da Rainha e Torres Vedras, cuja situação está a chegar a um nível “insustentável”, reclamando medidas no curto prazo.
“A nossa preocupação é o futuro da saúde no Oeste, mas também o presente. Não podemos continuar a assistir ao que se passa no CHO (Centro Hospitalar do Oeste”, em que os doentes andam a passear de um lado para o outro”, lamenta Pedro Folgado. ■































